A Polícia Civil apreendeu dois adolescentes, ambos de 14 anos, por suspeita de participação nas agressões que levaram à morte o estudante Carlos Teixeira Gomes Ferreira Nazarra, 13 anos. O jovem foi agredido em abril, na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, e morreu uma semana depois.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), os dois adolescentes foram apresentados espontaneamente pelos pais e levados à Fundação Casa, onde seguem à disposição da Justiça.
Um terceiro suspeito de participar das agressões foi identificado, porém, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ele tem 11 anos e não pode ser apreendido.
ADOLESCENTES APREENDIDOS
Os dois alunos apreendidos eram do 6º ano, da mesma turma que a vítima. Eles pularam sobre as costas do colega, que sentiu dores e foi levado pelo pai a um pronto-socorro. O jovem foi atendido e liberado, mas as dores persistiram, levando-o a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), onde permaneceu internado. Posteriormente, foi transferido para a Santa Casa, onde veio a falecer.
A Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc) lamentou profundamente o ocorrido e afirmou que a Diretoria de Ensino de São Vicente instaurou uma apuração preliminar interna do caso, colaborando com as autoridades nas investigações.
Imagens mostram o momento em que o estudante Carlos Teixeira, de 13 anos, sofre agressões dentro da escola e chora de dor em casa. Ele veio a óbito no dia 16 de abril, após ser agredido por dois colegas, segundo relato de seu pai, Julysses Fleming.
Carlos estudava na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. No dia 19 de março, alunos do colégio hostilizaram o adolescente, que chegou a levar um “mata-leão” de um deles, conforme confirmado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
Em nota, a Seduc afirmou repudiar toda e qualquer forma de agressão e de incitação à violência dentro ou fora das escolas. A gestão escolar acionou o Conselho Tutelar e os responsáveis do aluno, registrando o ocorrido no aplicativo do Conviva, plataforma do governo do estado para comunicar ocorrências no ambiente escolar, incluindo agressão, bullying e racismo.
Outro vídeo, gravado por Julysses Fleming, mostra o adolescente chorando de dor e relatando que foi agredido por um estudante na escola.
Carlos responde, com dificuldade, a perguntas feitas pelo pai, mencionando o nome e a turma do agressor (censurados no vídeo). Ele confirma que o estudante pulou em cima dele e relata sentir dor nas costas ao respirar, ressaltando que nem estava brincando com o colega.
O pai do adolescente, morto depois das agressões na escola, afirmou que procurou a direção da unidade de ensino, mas foi desprezado no local. Segundo Julysses Názara, o diretor respondeu que os envolvidos eram crianças e que, por isso, resolveriam entre si. Ele pediu três vezes por uma reunião com os pais dos agressores, todas negadas pela subdiretora.