Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que o Ministério da Defesa gastou ao menos R$ 535 mil da verba destinada ao enfrentamento da pandemia para comprar filé mignon, picanha e outros tipos de carne. As informações são da Folha de São Paulo.
Segundo as informações obtidas pela Folha do levantamento sigiloso feito pela Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) a Defesa foi quem mais gastou recursos na compra de itens considerados não essenciais durante a pandemia, quando esperava-se que houvesse economia dos gastos por conta do teletrabalho, como foi o caso da Saúde e Educação.
Entre os produtos de luxo estão bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas. Parte do dinheiro usado foi retirado da ação orçamentária “21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus”.
O TCU lembrou que o Estatuto dos Militares prevê que a alimentação, por meio do fornecimento de refeições, é direito dos militares em atividade. Porém, disse que, diante da realidade brasileira, “não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia”.
Em nota, o Ministério da Defesa disse à Folha que as atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram mantidas na pandemia e isso inclui a alimentação fornecida às tropas.
Os dados obtidos pelo TCU foram fornecidos pelo Siasg (Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais), o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) e o Comprasnet (Portal de Compras Governamentais).