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Dentista é acusado de deformar paciente e agredir marido no Distrito Federal

Na última terça-feira, 14, o dentista José Augusto Toledo Patay, de 42 anos, acusado de deixar uma paciente deformada, agrediu o marido dela após ter sido xingado durante a discussão. A confusão ocorreu na clínica onde o odontólogo trabalha, em Águas Claras, no Distrito Federal.

Rita Castro de Araújo, de 67 anos, e o marido, Fabiano Araújo, de 44 anos, haviam ido ao consultório de José Augusto para conversar sobre o processo que judicializaram devido às consequências de um procedimento estético da paciente.

Entenda o caso – Rita Castro de Araújo, de 67 anos, e o marido, Fabiano Araújo, de 44 anos, haviam ido ao consultório de José Augusto para conversar sobre o processo que judicializaram devido às consequências de um procedimento estético da paciente.

O dentista alegou ter sido chamado de “vagabundo”, “estelionatário” e “picareta”, além de acusar o casal de tentar invadir a clínica, porque teriam quase quebrado a porta do consultório. Já o casal, relatou que José Augusto queria expulsá-los do local empurrando Rita.

Após a confusão, Fabiano ficou ferido devido a um suposto desentendimento com uma das funcionárias do local. Ademais, o marido alega que tentou empurrar a recepcionista do consultório, mas o dentista relatou que Fabiano agrediu a atendente.

“Ela ficou traumatizada. Ele [Fabiano] é um agressor de mulher e também foi homofóbico, pois me chamou de ‘veado’. Eu estava apenas tentando defender minhas funcionárias”, disse o dentista.

Marido de Rita, Fabiano, foi levado para realizar exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML). A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) investiga o caso.

Procedimento estético

Em março de 2023, Rita havia procurado o consultório do dentista para a realização de uma harmonização facial, no entanto, após o procedimento, Rita teve nódulos no rosto. A paciente alega que o odontólogo a convenceu a efetuar mais mudanças do que realmente gostaria, utilizando o polimetilmetacrilato (PMMA) – produto de risco máximo na classificação definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

(Imagem: Paciente após procedimento estético)

Após três meses da cirurgia, nódulos começaram a surgir em seu rosto. “Ele dizia que isso nunca havia acontecido com paciente algum e não sabia explicar o motivo. Então, ele fez uma cirurgia e retirou 40 caroços de minha face direita. Ele também aplicou ozônio e fiquei sem enxergar por 20 minutos”, destacou.

Somente em março, Rita decidiu processar o dentista. No entanto, José Augusto ressalta que as sequelas são resultados de uma suposta operação realizada por outra pessoa.

(Imagem: Paciente antes de realizar o procedimento estético)

A paciente, Rita, destaca como tem vivido com a falha estética. “Minha autoestima? Está no zero. Não tenho mais o sorriso que tinha antes. Era belo. Agora, tenho deformações no rosto, estou cheia de caroços, está tudo inflamado. Tenho dificuldade para conversar e meu rosto pega fogo”, detalhou.

Decisão judicial – Segundo a paciente, o dentista a ajudava financeiramente com o tratamento, mas parou. Após perceber os problemas em suas funcionalidades do rosto, ela passou a ir à clínica em busca de atendimento.

(Imagem: Dentista José Augusto)

“Certa vez, ele disse: O procedimento deu errado? Então, chame a polícia”, completou.

Em julho de 2023, o dentista assinou um termo de responsabilidade para pagar uma cirurgia de R$ 27 mil em Rita, mas a operação não ocorreu. Já em março deste ano, a paciente decidiu buscar um advogado e entrar com um processo contra o dentista, cobrando a indenização por danos morais e estéticos.

Um juiz condenou o dentista, em uma decisão liminar, a indenizar o tratamento da aposentada e caso não houvesse o cumprimento da determinação, José Augusto teria as contas bancárias bloqueadas. No entanto, o odontólogo não custeou as exigências.

Especialistas afirmaram que para resolver a situação estética, ela precisará passar por uma cirurgia de alto risco e que, ainda assim, não resolverá o problema definitivamente, tendo em vista que a substância permanece no organismo.

Segundo o Portal Metrópoles, José Augusto que o procedimento estético realizado por ele na paciente, não tem relação com o caso atual. Ademais, o dentista afirma que a intervenção ocorreu em 2017 e não ano passado, como ela descreve. “Em 2023, só fiz uma biópsia [na paciente], porque ela apareceu querendo culpar meu tratamento. Mas os problemas apareceram depois de uma cirurgia ortognática que ela fez e não me contou”, justificou.

Quando questionado sobre os processos em andamento na Justiça e valores exigidos, o dentista preferiu não comentar.

*Matéria realizada com informações do Portal Metrópolis.