Na última terça-feira, dia 28 de maio, a empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, foi encontrada morta em sua residência em Manaus. A principal hipótese é de que a empresária sofreu uma overdose de cetamina, um anestésico de uso humano e veterinário utilizado em cirurgias de menor duração.
Djidja, estava sendo investigada há mais de um mês por suposto envolvimento em um grupo religioso que promovia o uso da droga para alcançar uma falsa sensação de “plenitude espiritual”. Logo em seguida, o irmão, Ademar Cardoso e a mãe da empresaria, Cleusimar, também passaram a ser investigados. As informações são do portal G1 Manaus.
A Investigação
Ampolas da droga foram localizadas na casa de Djidja e nos salões de beleza da família da empresária. A Polícia Civil prendeu a mãe, o irmão de Djidja, e mais três funcionários, suspeitos de envolvimento no esquema.
Quem Era Djidja?
Djidja Cardoso, de 32 anos, foi uma figura marcante no Festival Folclórico de Parintins, onde entre 2016 e 2020, encantou os torcedores do Garantido ao interpretar a sinhazinha da fazenda. Após sua aposentadoria como “sinhazinha”, Djidja trabalhou com a mãe e o irmão na gestão de uma rede de salões de beleza no Amazonas.
Meses antes de ser encontrada morta, Djidja havia revelado que estava lutando contra a depressão. Em seu aniversário de 32 anos, ela compartilhou nas redes sociais um vídeo comemorativo, agradecendo pelo apoio de amigos e familiares durante a luta contra a doença.
Causa da morte da empresária
O corpo de Djidja foi encontrado em sua casa por familiares, após diversas tentativas de contato por telefone. A descoberta ocorreu por volta das 6h da manhã, quando parentes entraram na residência da empresária e a encontraram sem vida na cama. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indicou que a morte foi causada por um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração. A polícia suspeita que a overdose de cetamina tenha sido a causa da morte, devido aos sinais de uso excessivo da substância.
Dois dias após a morte da empesaria, a Polícia Civil do Amazonas iniciou uma operação nomeada de Mandrágora, que resultou na prisão de Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão da vítima, além de Verônica Seixas, Claudiele da Silva e Marlisson Vasconcelos, todos funcionários da família. Os detidos são acusados de fornecer e utilizar cetamina de forma indiscriminada em rituais religiosos.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de Djidja, nos salões de beleza da família e em uma clínica veterinária onde a droga era obtida. Diversos itens foram apreendidos, incluindo ampolas de cetamina, seringas, agulhas, aparelhos celulares, computadores e documentos.
Funcionamento do Grupo Religioso
Estrutura e Crenças
A Polícia Civil afirmou que os cinco presos eram membros de um grupo religioso chamado “Pai, Mãe, Vida”, que induzia os seguidores a acreditar que o uso de cetamina poderia levar à uma salvação espiritual. Ademar, Cleudimar e Djidja eram considerados líderes do grupo, vistos como representações de figuras religiosas como Jesus Cristo, Maria e Maria Madalena, respectivamente.
Segundo a polícia, os rituais do grupo eram realizados nos salões de beleza da família e na residência deles. Verônica, Claudiele e Marlisson eram responsáveis por fornecer a droga e recrutar novos membros. A investigação da Polícia Civil sobre o grupo já estava em andamento há cerca de 40 dias antes da morte de Djidja.
O que é Cetamina?
A cetamina, também conhecida como ketamina, é um anestésico utilizado em humanos e animais, que se tornou uma droga ilícita nas décadas de 1980 e 1990. Seus efeitos alucinógenos e sedativos a tornaram popular como droga “recreativa”, especialmente em clubes noturnos e festas conhecidas como raves.
No Brasil, a droga é traficada sob nomes como “special k”, “Key”, “Keyla” ou “Keta”. Seu uso ilícito envolve produção e distribuição dentro do mercado de drogas sintéticas.
O que diz a defesa?
Segundo informações do G1 Manaus, a defesa de Ademar, Cleusimar e Verônica afirmou estar tomando medidas para proteger a integridade física e mental dos acusados, que sofrem de dependência química. A defesa de Claudiele declarou que a funcionária é inocente de todas as acusações e que foi uma vítima do grupo religioso. Já a defesa de Marlisson negou qualquer envolvimento com o tráfico de drogas e com o falecimento de Djidja, embora reconheça a dependência química da família Cardoso.
O fantástico exibiu no último domingo, dia 2, uma matéria especial sobre o caso. Veja um trecho.
Com informações de G1 Manaus, e UOL
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