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‘Não alimento a ilusão de que vamos conseguir acabar com a fome em Belém’, disse Edmilson Rodrigues para o BT

Em entrevista, prefeito de Belém se diz indignado com a miséria na capital paraense

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, conversou com Mary Tupiassu e foi cobrado sobre a situação da população mais vulnerável que, a cada dia, passa por mais dificuldades, sendo a fome a maior delas. Quando perguntado sobre uma de suas propostas de campanha, em que afirmava que pretendia tirar das ruas todas as crianças pedintes, o prefeito foi sincero ao afirmar que não tem a ilusão de que pode acabar com a miséria na cidade. “Como professor e cientista, eu jamais alimento a ilusão de que, no capitalismo, vamos conseguir acabar com a fome. Muito menos em uma cidade pobre como Belém”, afirmou ele.

Já são 27 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Foto: Reprodução.

Mesmo com a previsão pessimista, Edmilson admite que o tema continua o indignando. “Continuo indignado com a situação de pobreza. Mais do que isso, a extrema pobreza, a miséria e a fome em Belém”, disse o prefeito. Ele afirmou ainda que a estrutura do Estado brasileiro o torna um produtor da pobreza. “Não tenho ilusão de que vamos combater (a pobreza), porque tem uma estrutura do Estado brasileiro, um sistema capitalista, que é produtor de desemprego e de pobreza”, lamentou.

Considerando o cenário atual, em que 27 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza, Edmilson disse que se sente honrado por Belém ser uma das duas cidades do país que tem um programa de renda básica, o Bora Belém. “Já alcançamos 13 mil famílias. Portanto, o Bora Belém retirou da situação de fome cerca de 60 mil vidas humanas. Sendo 92% dessas famílias dirigidas por mulheres, sem companheiros, portanto chefes de família. Algumas com um, outras com seis, outras com 11 filhos – que foi o máximo que nós percebemos no cadastro”, detalhou o prefeito.

Governador Helder Barbalho e o Prefeito Edmilson Rodrigues no lançamento do ‘Bora Belém’. Foto: Reprodução

Orgulhoso, Edmilson afirmou ainda que, hoje, nem o Estádio Olímpico do Pará seria capaz de receber, de uma vez, todos os beneficiários do programa. “Se hoje nós quiséssemos reunir todos os beneficiários do Bora Belém, não teríamos lugar. Nenhum clube, nem o Mangueirão, que tem capacidade para 50 mil pessoas, seria capaz de reunir todas as mães e pais – porque algumas famílias têm pai e mãe, com seus filhos, beneficiários do Bora Belém. Então é um programa realmente revolucionário, que está conseguindo realizar o sonho de combate a fome”, disse ele.

Confira o trecho da entrevista com o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.