Nesta sexta-feira, 07, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aceitou o pedido de transferência de Ronnie Lessa para o complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo. Além disso, o sigilo de parte da delação premiada do ex-policial militar foi retirado.
A pedido da defesa de Lessa, sob o argumento de que, em São Paulo, ele ficaria mais próximo da família. Atualmente, ele está na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Entenda o caso
Desde março de 2019, o ex-policial militar, Ronnie Lessa, está preso por participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele confessou ser o assassino em delação premiada.
A delação tem 7 anexos, apenas o 1 e o 2 tiveram sigilo retirados no quais tratam da cadeia, do comando e da execução do crime. Durante o depoimento de duas horas em delação, Ronnie contou como foi o planejamento do crime e o que ganharia com a execução. O assassino afirmou que a proposta seria o negócio da vida dele.
Plano – Segundo Ronnie, os mandantes do crime foram o ex- conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o irmão e deputado federal, Chiquinho Brazão.
Os irmãos teriam oferecido a Ronnie e a um comparsa, Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira), um loteamento clandestino avaliado em milhões de reais na Zona Oeste do Rio. “Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro […]. Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”, contou.
No entanto, a Polícia Federal não encontrou evidências concretas sobre a área do loteamento. As defesas dos irmãos Brazão afirmam a inexistência de elementos e provas sobre a narrativa de Ronnie, apresentando muitas contradições, fragilidades e inverdades.
A decisão do ministro sobre a retirada de sigilo, inclusive dos vídeos, é uma forma de colaboração da investigação, dependendo da eficácia das informações prestadas. “Uma vez que se trata de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal”, diz o texto.
Transferência
Apesar da decisão de Moraes sobre a transferência, o presídio em Campo Grande precisa aguardar a decisão do juiz corregedor do estado para determinar o prazo de saída. Geralmente o prazo é de 30 dias e em seguida é planejado a transferência e escolta.
No entanto, segundo a TV Globo, o secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcelo Streifinger, manifestou em processo que o presídio no interior não comporta Ronnie Lessa. Em justificativa, o secretário afirmou que Lessa traz “risco para a segurança da unidade”, citando o perfil do preso.
No presídio de Tremembé também estão o ex-jogador Robinho e Cristian Cravinhos, preso pelo assassinato do casal Richthofen.
*Matéria realizada com informações do G1 Política.
