Em uma tentativa de avançar nas negociações com os professores, que estão em greve há quase 60 dias, o governo federal anunciou, nesta segunda-feira, investimentos substanciais em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinadas à educação superior. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião com reitores das universidades federais.
INVESTIMENTO E NOVOS CAMPIS
O montante de R$ 5,5 bilhões será direcionado às universidades federais e hospitais federais, com um foco especial em expansão e consolidação. Desse total, R$ 3,77 bilhões serão destinados às universidades federais, enquanto R$ 1,75 bilhão será para os hospitais federais. Além disso, foi anunciada a criação de 10 novos campi universitários em diversas regiões do país.
As cidades contempladas com os novos campi são:
- São Gabriel da Cachoeira (AM)
- Cidade Ocidental (GO)
- Rurópolis (PA)
- Baturité (CE)
- Sertânia (PE)
- Jequié (BA)
- Ipatinga (MG)
- São José do Rio Preto (SP)
- Caxias do Sul (RS)
DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES
Os investimentos do PAC serão divididos em três grupos principais: R$ 3,17 bilhões para obras de consolidação, R$ 600 milhões para obras de expansão e R$ 1,75 bilhões para Hospitais Universitários. Do total, R$ 1,5 milhões serão destinados a novas construções.
CUSTEIO E ORÇAMENTO
Além dos investimentos em infraestrutura, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um aporte adicional de R$ 400 milhões para custeio de universidades, com R$ 279,2 milhões destinados às universidades e R$ 120,7 milhões para os institutos federais. Para o ano de 2024, o orçamento das universidades está previsto em R$ 6,38 bilhões, enquanto os institutos federais receberão R$ 2,72 bilhões.
HOSPITAIS FEDERAIS
Os hospitais federais também serão beneficiados, com 37 obras em 31 hospitais em todo o país. Destas, oito serão novos hospitais ligados às universidades federais, visando tanto o ensino quanto o atendimento à população.
Durante a cerimônia, o presidente Lula da Silva ouviu as demandas por aumento salarial dos profissionais da educação. Márcia Abrahão, reitora da UnB e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), ressaltou a defasagem salarial desses profissionais em relação a outras categorias. Ela expressou a esperança de que o governo e os sindicatos cheguem a uma solução negociada para pacificar a situação ainda nesta semana.