O motorista de uma Mercedes-Benz C180, Antônio Scelzi Netto, de 25 anos, suspeito de atropelar e matar um vigilante, teria bebido em vários bares de Goiânia antes do acidente. As informações foram passadas à Polícia Civil por testemunhas
Vigilante ia para o trabalho
O vigilante Clenilton Lemes Correia foi atropelado e arrastado por mais de 200 metros, na GO-020, quando ia para o trabalho. A Polícia Científica informou que ele teve múltiplas lesões. Por conta da batida, a placa do carro se desprendeu e ficou na rodovia, o que ajudou a localizar o motorista, enquanto a placa da moto ficou presa ao pára-choque do carro.
O motorista chegou a ser preso em flagrante no último domingo, 9, horas depois do acidente, no Jardim Guanabara, mas já está em liberdade. Em nota, a defesa dele informou que foi concedida uma liminar para revogar a prisão impondo apenas medidas cautelares diversas e que “estará sempre à disposição da Polícia Civil e do Poder Judiciário para contribuir para a elucidação dos fatos”
Durante a abordagem dos policiais, Antônio se recusou a fazer o teste do bafômetro. No depoimento, disse que tinha ido a um pub, mas não tinha bebido. Porém, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que o motorista tinha sim consumido bebidas alcoólicas.
A delegada confirmou que está colhendo mais provas para tentar traçar o quão afetado pelo álcool o motorista estava.
O dia do acidente
De acordo com a delegada, Antônio chegou ao primeiro pub por volta das 19h de sábado (8). De lá, passou por outros estabelecimentos, onde diversas testemunhas presentes confirmam que ele ingeriu bebidas alcóolicas. A polícia já teve acesso também a câmeras de segurança dos lugares e as comandas dos pedidos feitos, que reforçam o fato.
Em um dos vídeos divulgados pela Polícia Civil, o motorista aparece em uma distribuidora segurando uma garrafa de bebida alcóolica. Outra filmagem mostra o momento em que Antônio sai do condomínio onde mora e, segundo a polícia, tenta fugir da prisão.
Não há vídeos, porém, do momento do acidente ou da omissão de socorro. Segundo a delegada, informações dos radares da rodovia chegaram a ser solicitadas, mas “não existia registro”.
Antônio e o amigo só se encontraram por volta das 22h, onde começaram a beber juntos. “Ele (o amigo) não viu o motociclista e acredita que o Antônio também não tenha visto, mas diz que após o ponto de impacto ele pediu muito para o Antônio parar, mas o Antônio não conseguiu. Chorou muito, seguiu e se dirigiu a casa dele”, detalhou a delegada.
O amigo do motorista foi ouvido na condição de testemunha. Na visão da delegada, ao que tudo indica, ele fez tudo que pôde para tentar prestar socorro, mas dependia de Antônio para parar o carro e ajudar o vigilante.
“Tudo indica que ele tentou de todas as formas”, enfatizou.