Sem água, sem comida e em valas abandonados para morrer. Esta era a situação de mais de seicentos búfalos encontrados por ativistas ambientais em uma fazenda localizada em Brotas, no interior do estado de São Paulo.
O caso foi levado a público no início do mês de novembro após membros de uma ong encontrarem os animais em condição de abandono. O crime foi denunciado e o proprietário da fazenda foi preso e multado em mais de dois milhões de reais. Ele já está solto após pagamento de fiança.
Segundo o delegado Douglas Brandão do Amaral, da Polícia Civil de Brotas, o fazendeiro irá responder pelos animais abandonados e já foi autuado por maus tratos.
“Ontem, no fim da tarde, ele começou a passar trator no local para estragar pasto que ainda era bom. Então vimos que a intenção dele, ainda não sei por qual motivo, era de matar esses búfalos. Diante desse dolo direto, decidimos autuá-lo por maus-tratos animais em concurso material, ou seja, cada búfalo que está sendo maltratado lá é um crime”
declaração do delegado dada ao portal G1.
O advogado de defesa do acusado afirma que seu cliente nega os maus tratos.
Ao todos, são 667 búfalos , sendo 335 vacas e 332 bezerros. Já haviam 22 animais mortos enterrados na área.
A justiça autorizou a entrada da ong no local que começou o trabalho de alimentação e cuidado dos animais. Eles pedem ajuda através do perfil @bufalas_de_brotas no Instagram, ondem divulgam o estado dos bufalos que precisam de ajuda. Um mandado da Justiça determina que o proprietário colabore com os cuidados necessários pra saúde do rebanho, sob pena de multa diária de R$ 3 mil.
“Tinha animal agonizando dentro de valas, animal de ponta cabeça no riacho, atolado, bebê e mãe mortos um ao lado do outro. Nunca vi uma coisa dessa, nessa quantidade. Eu não consegui entender, ainda, porque ele (o proprietário) não encaminhou esses animais para algum lugar de proteção”
Conta Patrícia Varela da ONG Santuário Vale da Rainha em entrevista ao site Metrópolis
Segundo a polícia ambiental, aparentemente, os búfalos foram deixados para morrer com o objetivo de que futuramente a área se torne uma plantação de soja.
No ultimo sábado, 20, após liminar da justiça, o proprietário da fazenda ordenou perante autorização judicial a saída dos ativistas da propriedade.
A Justiça também determinou a retirada do hospital de campanha instalado dentro da propriedade pela ONG para atender os animais que estavam em situação de desnutrição ou machucados.