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“Abin Paralela”: Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF nesta segunda, 29

Nesta segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação de busca e apreensão, mirando indivíduos que teriam recebido informações da “Abin paralela”. As investigações apontam que a Agência Brasileira de Inteligência foi utilizada durante o governo de Jair Bolsonaro para monitorar adversários políticos. Um dos principais alvos da operação hoje foi Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

Mandados de busca e apreensão foram executados em sua residência, localizada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e na Câmara Municipal do Rio. Pelo menos três viaturas da PF estiveram na residência do vereador.

Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga espionagem ilegal a opositores políticos durante o governo Bolsonaro. Imagem reprodução.

O condomínio em que Carlos reside é o mesmo onde Jair Bolsonaro também possui uma casa. O ex-presidente, atualmente em Brasília, não foi alvo direto da operação. No entanto, assessores do vereador também estão sob investigação. arlos está em Angra dos Reis (RJ), onde participou de uma live com o pai e os irmãos Flávio e Eduardo ontem.

A operação de hoje se soma às buscas realizadas na última quinta-feira contra Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal. A PF alega que Ramagem utilizou sua posição para “incentivar e encobrir” o uso de um programa espião.

Carlos Bolsonaro, que chegou a ser anunciado como gestor de comunicações de Ramagem na candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro, também desempenhou papel na campanha do pai em 2022.

Durante uma live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que as informações não chegavam até ele e defendeu Alexandre Ramagem.

ABIN PARALELA E INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO

A investigação da PF concentra-se em determinar se aliados de Bolsonaro na Abin utilizaram, de forma indevida, ferramentas de espionagem da agência, incluindo o programa First Mile. Este software permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real.

Os investigadores suspeitam que Ramagem tenha utilizado a estrutura da Abin para obter provas em defesa de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, filhos do ex-presidente, além de espionar adversários políticos como Joice Hasselmann e Rodrigo Maia.

De acordo com as informações, a Abin também teria sido instrumentalizada para monitorar a promotora de Justiça responsável pelo caso da vereadora Marielle Franco. O ministro Alexandre de Moraes, que autorizou buscas contra Ramagem, classificou a postura do ex-diretor da Abin como “gravíssima”.

O programa First Mile, adquirido pela Abin, permite rastrear dados de geolocalização de qualquer pessoa, com capacidade para o monitoramento de até 10 mil pessoas por ano.