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Acadêmicos da UFRA fecham Av. Perimetral em protesto e reivindicam melhorias na instituição

Na manhã desta segunda-feira, 19, acadêmicos de vários cursos da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) fecharam a avenida Perimentral nos dois sentidos, no bairro da Terra Firme, para chamar atenção nas reivindicações urgentes dos estudantes, além de cobrarem a saída da atual reitora do cargo.

“A UFRA cada vez mais tem a tendência de dificultar a nossa permanência na universidade. Ademais, foi retirado de forma arbitrária as salas dos Centros Acadêmicos da UFRA, que são espaços dos estudantes para serem utilizados da melhor forma por nós. Além disso, o direito de escolher as pessoas que irão nos representar nos espaços está sendo negado, uma vez que não existe eleição na UFRA, tanto para os Institutos, coordenações, Colegiados, Conselhos Universitários e o Hospital Veterinário. Que são importantes espaços de decisões. Nessa perspectiva, as pessoas que tomam decisões importantes na UFRA não foram eleitas com o nosso voto de confiança. Dessa forma, para mudar essa realidade precisamos ir à luta e dizer basta”, disse em publicação nas redes sociais a União dos Centros Acadêmicos

Os alunos também denunciam sofrerem censura e não são ouvidos em seus pedidos. “Está sem democracia. A UFRA está sucateada. A reitora não nos ouve. Somos proibidos de nos mobilizar, de promover eventos culturais, de pedir melhorias. Alguns banheiros estão sem água. Salas com foro quebrado. Banheiros femininos todos interditados. Laboratórios sem internet, sem material para as aulas práticas. A maioria dos alunos passa o dia todo na universidade e nem usar o banheiro, que é o mínimo não conseguimos porque está em condições precárias. A cada dia que passa a atual gestão tenta dificultar a permanência dos alunos. Estamos sem aulas práticas a meses porque não há condições”, detalhou outro aluno mobilizado no ato de protesto.

Ainda de acordo com os estudantes, a adminstração da UFRA teria interrompido a circulação do ônibus que roda dentro da instituição, e que fica à disposição para transportar os alunos.

“Gente, o Bagé parou mesmo?. Parou mana, é para a galera não ir pro protesto. Tudo para os estudantes não irem para o protesto. E a gente vai andando assim mesmo”, afirmam os estudantes em um gurpo de mensagens.

Sobre o caso, o BT entrou em contato com a instituição e aguarda um posicionamento.

Confira a abaixo a nota na íntegra da UCA:

  1. Lutaremos em prol de um ensino de qualidade e uma infraestrutura descente para os alunos.
  2. Não podemos nos calar acerca dos alunos e professores que tiveram seus projetos de pesquisas destruídos por conta do corte de verbas.
  3. Não temos nem ÁGUA para beber, os bebedouros estão contaminados em praticamente todo o Campus Belém.
  4. Falta recurso para aulas práticas, aulas de campo e em laboratório. Os professores tem que tirar do próprio bolso caso queiram fazer uma prática, até quando permitiremos isso?
  5. O Instituto da Saúde e Proteção Animal (ISPA) está sem energia há SEMANAS, o que prejudica as aulas, o funcionamento dos laboratórios e do Hospital Veterinário e nada está sendo feito.
  6. A gestão que se diz ser comunicativa e gostar de diálogo NÃO nos inclui em nada, os discentes não são ouvidos e a reitoria foge de reuniões a qualquer custo.
  7. A manutenção das salas de aula é precária ou quase inexistente.
  8. Falta de acessibilidade nos diversos institutos, apenas banheiros acessíveis não são o suficiente!
  9. Está PRECÁRIA a situação dos banheiros de toda o Campus, é inaceitável.
  10. Por último mas não menos importante, queremos DEMOCRACIA. Pelo nosso direito de lutar, iremos resistir!

Antes de qualquer coisa , gostaríamos de deixar claro que o UCA é a união dos centros acadêmicos da UFRA campus Belém e essa união tem como objetivo dar visibilidade para os cursos existentes na Universidade Federal Rural da Amazônia. Além disso, busca melhorias para o bom funcionamento dos cursos!

VEJA O POSICIONAMENTO DA UFRA:

“A Gestão Superior da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) comunica que a atual gestão está se empenhando em buscar recursos para fazer as melhorias necessárias para a revitalização da infraestrutura do campus Belém, que foi recebido em estado precário, e dar continuidade às obras que se encontram paralisadas, inclusive algumas foram recebidas com embargos judiciais. Em relação a suposta paralisação do Bagé, é importante esclarecer que em nenhum momento a universidade suspendeu o serviço interno do fornecimento do transporte. O que ocorreu foi a redução, não a paralisação total, das viagens nos horários de intervalo. No último dia 19, em decorrência da manifestação dos alunos nas dependências da universidade e a obstrução das vias internas, foi impedido o trânsito normal do Bagé e demais veículos. Esclarecemos que o corte de verbas foi definido a nível nacional abrangendo todas as universidades federais. Em 2023, o orçamento da Ufra para o custeio de todas as atividades é de aproximadamente R$ 34 milhões, dos quais foram contingenciados R$ 12 milhões. Após recomposição orçamentária, a universidade ainda tem um déficit de R$ 5 milhões, cerca de 15% do total, e trabalha com orçamento insuficiente. Referente a manutenção dos bebedouros do campus Belém, destacamos que está em vigor o contrato nº 07/2019 que dá o suporte necessário para a universidade em relação a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de refrigeração, estando incluso os bebedouros, que é realizada mensalmente. No que diz respeito, em especial, ao bebedouro localizado no pavilhão do prédio de salas de aula, além da manutenção do bebedouro em si, está sendo consertada a parte hidráulica, conforme a ordem de serviço nº 76, atendida pela empresa responsável pela manutenção predial. A Rural teve uma redução drástica das aulas práticas, pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19 e consequentemente também pela aplicação de recursos. Em 2023, esse cenário já está normalizado, com os investimentos voltando para aplicação em aulas práticas, que é um dos pontos fortes desta universidade. A falta de energia na área do Instituto de Saúde e Produção Animal (ISPA) ocorreu em decorrência da queima do transformador que alimentava a energia deste setor, sendo necessária a aquisição de outro transformador de mesma capacidade, o que demanda que sejam atendidos os trâmites necessários para a aquisição em decorrência de se tratar de órgão público. Uma vez observadas todas as etapas necessárias, a universidade já conta com novo transformador (transformador trifásico de 150 KVA – 220/127V – 15 kv- Imerso em óleo – Padrão Equatorial – marca ITAM), o qual já foi devidamente instalado, já tendo retornado à normalidade do fornecimento da energia elétrica no ISPA. A Ufra entende que é primordial o diálogo com todas as categorias, principalmente com os alunos que são o nosso principal público-alvo. A gestão tem se reunido com os alunos, como por exemplo, para a realização da feira vocacional, “UFRA vai à praça”, onde a gestão de ensino e todos os centros acadêmicos estiveram juntos na organização de um evento que foi muito bem-visto pela sociedade. Além disso, outras possibilidades estão sendo conversadas no sentido de trabalhar conjuntamente e em breve deverá se reunir com os discentes para prestação de contas e discussão dos problemas e soluções para a nossa universidade. A manutenção predial da universidade está a encargo de uma empresa terceirizada que tem atendido as demandas de acordo com as solicitações formalmente realizadas, que culminam nas ordens de serviços as quais são atendidas por ordem de solicitação, sendo avaliada também a urgência e a possibilidade da realização de cada serviço solicitado. Já está estabelecido na lista de prioridades, como prioridade máxima, a manutenção das salas de aula e laboratórios que já estão sendo objeto de execução. No que tange a acessibilidade nas áreas da universidade, é importante destacar a Resolução nº 454, de 20 de abril de 2021, que dispõe sobre a “Política de Acessibilidade e Inclusão na Universidade Federal Rural da Amazônia”, que já tem sido trabalhada pela empresa responsável pela manutenção predial, juntamente com a equipe técnica de arquitetura. Referente às demandas voltadas aos banheiros, destacamos que elas envolvem pontos que necessitam de manutenção e essa manutenção já tem sido executada, haja vista que como são vários banheiros para dar suporte, foram abertas várias ordens de serviço que estão sendo atendidas”.