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Advogado da família de homem que morreu ao cair de hotel em Belém fala em omissão de socorro

PF apura conflitos entre comunidades originárias na região de Tomé-Açu. — Foto: Divulgação

O advogado criminalista Lucas Bogea, que defende a família de Kedmo Edson Ximenes, de 36 anos, que faleceu em 25 de janeiro, ao cair do 8º andar do hotel Sagres, no bairo de São Brás, na capital paraense, aponta que o hotel foi omisso no fato.

“Desde a morte do pastor Kedmo o Sagres não prestou nenhum tipo de amparo à família da vítima e não ajudou em nada. A família quer que o hotel arque com as despesas de funeral e enterro, que giram em torno de R$ 3 a 4 mil. Ele era hóspede no Sagres e tudo foi feito pela família com a ajuda de amigos e conhecidos da igreja Assembleia de Deus do Guamá, onde ele era missionário, através de coleta e campanha nas redes sociais”, disse Bogea ao BT.

Advogado aponta omissão de socorro por parte do hotel em morte de hóspede. Imagem reprodução.

De acordo com o criminalista que atua junto à família da vítima, Kedmo foi enterrado no último sábado, 27, e deixa esposa, um filho e quatro enteados. O pastor ficou hospedado no Sagres por um dia depois de retornar de uma clínica em São Paulo, onde tratava problemas com alcoolismo e fumo.

“Quero ressaltar que a família segue abalada com a perda do Kedmo e com algumas informações que saíram na imprensa, de que ele era integrante de facção criminosa e de que ele cometeu suicídio. Nada disso é verdade e queremos que a honra dele seja resguardada. Ele estava recém saído da clínica de reabilitação e antes de voltar ao convívio familiar, ficou três dias hospedado no hotel e a família sabia e foi visitá-lo”, ponderou.

Nesta segunda, 29, o advogado e a família de Kedmo foram ouvidos na Seccional da Polícia Civil em São Brás, como parte do inquérito policial que investiga o caso. O Corpo de Bombeiros informou que o laudo que revelará as causas do incêndio no hotel será informado em 30 dias. O inquérito policial tem até 30 dias para ser concluído.

OMISSÃO DE SOCORRO E MOTO NÃO DEVOLVIDA

Ainda segundo o advogado, no dia da tragédia, o sistema anti-incêndio do local não funcionou como deveria.

“Há omissão de socorro por parte do hotel com a vítima, o sistema anti-incêndio do Sagres não funcionou como deveria, as camas dos quartos são facilmente inflamáveis. Não houve nenhum tipo de socorro por parte do hotel ao Kedmo para salvá-lo. Além disso, até hoje o Sagres não devolveu a motocicleta dele, que segue retida com eles sem justificativa”, denuncia.

O BT solicitou um posicionamento ao hotel Sagres sobre o caso e aguarda retorno.