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‘Agora tudo é ansiedade?’ Saiba o que é psicofobia, preconceito contra pessoas com transtornos mentais

depressed Asian woman in deep many thoughts, having problem with over thinking

“Agora tudo é ansiedade?!”. É bem provável que já tenhas ouvido essa frase. Em geral, os mesmos autores dessa “pérola”, afirmam coisas como: Depressão é frescura! Todo mundo agora diz que é TDAH. Tudo agora é doença mental.

Isso aí tem nome: Psicofobia – o preconceito relacionado à pessoas com transtornos mentais. Frases violentas como essas em nada contribuem e prejudicam muito a conscientização sobre a importância dos cuidados em saúde mental.

Tu já disseste alguma frase desse tipo? Então tá na hora de pensar melhor. Para isso vamos usar um recurso valioso: informação e ciência.

  1. A ansiedade é algo natural e importante para nossa vida, ajuda a nos preparar para situações novas,. É normal dormir pouco às vésperas de uma prova importante ou mesmo sentir as mãos suadas e tremendo numa apresentação, por exemplo.
    Agora se as dificuldades para dormir ou se alimentar são recorrentes e independem de algo específico que esteja vivendo – uma mudança ou situação nova na vida, aí é o momento de procurar ajuda.
  2. Quando não tratada, a ansiedade pode se tornar um problema sério e desencadear outros transtornos como a depressão.
  3. Ir ao psicólogo ou ao psiquiatra deveria ser algo mais naturalizado. Além do estigma relacionado aos cuidados com saúde mental, enfrentamos ainda a dificuldade para acessar esses profissionais. Uma referência para isso, no Sus, são os Caps – Centros de Atenção Psicossocial.
  4. O Brasil é considerado hoje o país mais ansioso do mundo. São 9,3% de brasileiros vivendo com a ansiedade patológica (doença), segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Na pandemia, a incidência de ansiedade e depressão teve um aumento de 25% em todo o mundo. O estresse sem precedentes vivido na pandemia ajuda a explicar esse dado.
  5. Por que tanta gente ansiosa no Brasil? Índice elevado de desemprego, problemas na economia, padrões irreais impostos pelas redes sociais e altas taxas de violência são alguns fatores.
  6. Redes de apoio são fundamentais. O suporte da família e amigos faz toda a diferença no manejo de saúde mental e busca por qualidade de vida. Por isso também importa combater a psicofobia. De nada adianta tratar com psicólogo, tomar a medicação indicada pelo psiquiatra, mas chegar em casa e não ter apoio e acolhimento.

Dificuldades de ordem emocional podem ser vivenciadas por qualquer um de nós, por isso, menos preconceito e mais conhecimento.

Se cuidem.
Até a próxima.

Juliana Galvão
Psicóloga
Crp10/3645