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Aldeia Yanomami é incendiada após estupro e assassinato de menina de 12 anos

A Comunidade Aracaçá, no território Indígena Yanomami em Roraima, amanheceu em chamas após a denúncia do estupro e assassinato de uma menina yanomami de 12 anos. A menina morreu nas mãos de garimpeiros que exploram ilegalmente a região do Rio Uriracoera. O crime chocou o país e foi divulgado na imprensa nacional. 

Além deste crime, uma outra criança de 3 anos também foi levada pelos invasores, mas desapareceu depois de cair no rio e até o momento ainda não foi encontrada.

Os casos vieram à tona na última segunda-feira, 25, quando o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi YY), Hekurari, divulgou um vídeo nas redes sociais falando do crime. 

Ele relatou que os garimpeiros invadiram a aldeia no momento em que a maioria dos indígenas estavam caçando.

Segundo a denuncia, a menina, uma tia e uma criança de 3 anos foram levadas para o acampamento de um garimpo ilegal de ouro. A parente teria tentado impedir o estupro e foi jogada no Rio Uraricoera com a outra criança.

Os indígenas, através do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), informaram o crime ao Distrito de Saúde Indígena (DSEI), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a Superintendência da Polícia Federal e a Procuradoria da República.

Equipes de apoio da Polícia Federal, MPF, FUNAI e SESAI, se deslocaram até a área, mas por conta do tempo não conseguiram pousar, retornando dois dias depois.

“No sobrevoo, vimos que a comunidade estava queimada. Segundo relatos, viviam lá, cerca de 24 yanomamis, mas não havia ninguém. Em todos meus 35 anos, nunca vi isso. Um Yanomami não abandona sua casa, a menos que seja uma situação muito grave”, afirmou Hekurari em relato ao portal Mídia Ninja.

Imagem: Júnior Hekurari

Lideranças Indígenas se reuniram e analisaram as imagens da comunidade queimada. Eles relataram que faz parte da tradição e dos costumes daquele povo abandonar a comunidade quando um ente querido que residia no local morre. 

Não se sabe se os indígenas deixaram o espaço por conta própria ou se foram ameaçados pelos invasores. 

Veja o víde divulgado pelo portal Jornalistas Livres: