Centenas de águas-vivas apareceram nas praias do litoral cearense nas últimas semanas e um banhista que teve queimaduras e choques anafiláticos foi hospitalizado após ter contato com a espécie. A infestação repetiu um fenômeno visto antes no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina ao longo de todo o verão. E está relacionada à estação passada ter sido a mais quente da história dos mares brasileiros.
As águas quentes do Atlântico favorecem a reprodução desses animais marinhos, que também se aproveitam do aumento de matéria orgânica no mar com que se alimentam, da falta de vento e da diminuição de predadores natural, especialmente as tartarugas.
Em entrevista ao g1, o professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Soares, o calor ajuda na reprodução da espécie.
“O calor acelera a reprodução das águas-vivas. Fora isso, as chuvas trazem mais nutrientes para o mar, contribuindo também para a reprodução. […] Em algumas regiões de águas mais paradas, perto de quebra-mares, em piers, elas se acumulam. Devem evitar essas áreas”, explicou Marcelo Soares.
Há dez dias, banhistas relataram acidentes com águas-vivas na Praia da Barra do Ceará. Os animais foram vistos tanto na praia como nas margens do Rio Ceará. Pelas redes sociais, os banhistas afirmaram que sentiram queimações no corpo e logo em seguida foram alertados por salva-vidas da região sobre o aparecimento dos animais.
Com informações do g1.