///

Aluna da USP, que confessou desvio de dinheiro dos colegas, vai voltar às aulas

A estudante Alicia Dudy Muller Veiga, 25, vai voltar a frequentar as aulas do curso de medicina na USP no fim deste mês. Ela confessou o desvio de R$ 937 mil da comissão de formatura.

Alicia tinha trancado o curso no dia 24 de janeiro, após a repercussão do caso. Ela está no quinto ano do curso e reativará a matrícula para retornar à faculdade no dia 27 de fevereiro, informou seu advogado Sérgio Ricardo Stocco.

A diretoria da faculdade convocou uma reunião com a turma para informar sobre o retorno de Alicia nesta manhã, segundo o UOL. Questionada, a USP informou que o trancamento ou reativação de matrícula “é uma decisão exclusiva de qualquer aluno da instituição.” 

Alunos ouvidos pelo portal relataram que o clima é de revolta com o retorno. Reclamam que a faculdade não abriu uma sindicância para apurar o caso. A USP diz que a condução da investigação da fraude cabe às autoridades competentes na esfera criminal. A estudante foi convidada por professores para voltar devido ao seu trabalho de pesquisa, diz sua defesa. Alicia ajudava médicos já formados em fase de especial.

TRATAMENTO PRIVILEGIADO

O advogado diz que Alicia teme a reação dos colegas em seu retorno. Estou elaborando um documento para enviar a USP informando que enquanto ela estiver nas dependências da universidade, a responsabilidade sobre ela é deles e da polícia do campus.” Os colegas de turma afirmam que Alicia está recebendo “tratamento privilegiado” após o episódio. Ela recebe atendimento psicológico e psiquiátrico, fato confirmado por seu advogado.

Os alunos alegam que a opção não foi oferecida para aqueles que sofreram com o golpe financeiro arquitetado por ela. A faculdade diz fornecer apoio e orientação a todos os alunos.

MINISTÉRIO PÚBLICO

O MP acredita que Alicia se enquadra no artigo 171 do Código Penal, que consiste na prática de golpes. Neste caso, a pena varia de um a cinco anos de prisão. Já a polícia considerou que a estudante cometeu nove vezes o crime de apropriação indébita. Com pena prevista de um a quatro anos por cada crime, ela poderia ser condenada a até 36 anos de prisão. O advogado protestou contra o pedido de prisão preventiva. Ele afirmou na ocasião que a medida só poderia ser solicitada em caso “excepcional”.