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Alunos da Ufra: família denuncia falta de segurança e problemas na Alça Viária

Na última semana, um trágico acidente tirou a vida de quatro jovens do curso de medicina veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que estavam em um carro a caminho da Fazenda Minerva, em Abaetetuba, distante 126 quilômetros de Belém. Na altura do quilômetro 58 da rodovia PA-483 o veículo dos estudantes colidiu com violência com uma carreta que vinha no sentido oposto.

A tragédia causou grande comoção pois os jovens se conheciam e estudavam na mesma turma. Entre eles, João Lucas da Graça Andrade, tinha 23 anos e ia se formar como médico veterinário em dezembro de 2023. Ele estava no banco do passageiro ao lado do motorista no dia do acidente. O BT conversou com a mãe dele, Jeane da Graça, que ainda está muito abalada com a perda do filho, que saiu de casa para absorver mais conhecimento e experiência profissional.

“Estamos muito abalados (a família) com o acidente. Foi uma tragédia. O João Lucas tinha 23 anos, estudava medicina veterinária há 5 anos, ele estava indo para a fazenda para coletar amostras de sangue do gado, de cerca de 6 mil bois. Ele ia fazer essa análise e aprender mais na profissão. Eles estavam em busca de conhecimento. Eles já tinham ido outras vezes para essa fazenda. Há dois anos ele fazia essas viagens para fazer esse trabalho. Hoje tem a missa de sétimo dia, estamos em oração e também vou me encontrar com as outras famílias e vamos ver o que faremos. A Ufra tem nos ajudado e se solidarizado conosco nessa dor”, contou ao BT Jeane.

Para a mãe do jovem, a via é muito perigosa e oferece altos riscos de acidentes fatais como o que o correu com os 4 jovens: Camile Samara da Silva Monteiro, João Lucas da Graça Andrade Costa, Tainá Oliveira Beckman e André Augusto do Nascimento Mendonça.

Os quatro jovens que morreram no acidente na estrada. Imagem: Reprodução.

“A Alça Viária é muito perigosa, falta iluminação à noite, não tem acostamento porque é muito mato alto. No traslado do corpo do meu filho, de Abaetetuba para Belém, não vi uma sinalização, as tartaruguinhas do asfalto estavam em falta. O mato alto impossibilita ver quem vem na contramão. É muito perigoso, não tem segurança. Não viu nenhum agente de trânsito, nenhum tipo de apoio”, afirmou.

O BT entrou em contato a Polícia Civil que investiga o caso e aguarda uma resposta. Também entramos em contato com a Secretaria de Estado de Transporte (Setran) e aguarda retorno.

Em nota, a PC disse que o caso é investigado pela delegacia de Barcarena. A PC aguarda o resultado da perícia para o andamento da investigação.