A COP-27, que acontece no Egito, está na sua segunda semana e representantes da campanha “Amazônia de Pé” se articulam para garantir o comprometimento do governo eleito com 57 milhões de hectares desprotegidos na Amazônia.O objetivo é apresentar um projeto de lei de iniciativa popular que já coletou mais de 80 mil assinaturas para transformar florestas públicas em territórios destinados e conservados e assim garantir floresta de pé e conservação da biodiversidade.
Janja Lula, esposa do presidente eleito e futura primeira-dama, foi uma das representantes do novo governo que recebeu a campanha e reafirmou o compromisso de Lula com a preservação dos territórios na região. Além de Janja, deputados e senadores também se comprometeram com a proposta. O deputado federal Alexandre Molon (PT – RJ) e o senador Fabiano Contarato (PT – ES) foram dois dos representantes do novo congresso nacional que já manifestaram apoio ao projeto de lei e à campanha Amazônia de Pé.
Eles se comprometem a pautar e defender o projeto de lei em 2023 e a criar leis que preservem a Amazônia, sua biodiversidade e seus povos. “Nossa expectativa é de alinhar e fazer um grande encontro com os parceiros da nossa coalizão que estão presentes na COP 27 para apresentar a campanha especialmente para a nova formação do governo que terão ministérios importantes que também podem apoiar a pauta da Amazônia de Pé no próximo ano”, explica a coordenadora de parcerias e estratégia da campanha, Renata Ilha.
CAMPANHA “AMAZÔNIA DE PÉ”
Formada por 19 mil ativistas e assinada por 240 organizações, coletivos e movimentos do clima, a campanha “Amazônia de Pé” é uma proposta de projeto de lei de iniciativa popular que pretende proteger a floresta através da destinação de mais de 57 milhões de terras públicas, que são o principal alvo do desmatamento e garimpo na região.
A campanha foi lançada em maio e já conta com mais de 19 mil ativistas coletando milhares de assinaturas ao redor do Brasil e do mundo, com ativistas em todos os estados brasileiros e em países como Portugal, França, Alemanha e Estados Unidos.
Mas para que o projeto chegue até o novo Congresso Nacional em 2023, e vire lei, são necessárias 1,5 milhão de assinaturas físicas. Se aprovado, grande parte de terras desprotegidas ficam aos cuidados de populações indígenas, quilombolas, comunidades de pequenos extrativistas e viram unidades de conservação da natureza, como garantia de que, através de uma relação harmônica com a floresta, a Amazônia permaneça de pé.
Entre essas centenas de instituições, estão o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos – CONAQ, o Comitê Chico Mendes, o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e o Movimento de Mulheres Camponesas – MMC, que assinaram e contribuíram na escrita da lei.