Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, deve prestar um novo depoimento à Polícia Federal sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Segundo a determinação efetuada nesta quinta-feira (20/4), Torres deverá comparecer à sede da PF na próxima segunda-feira (24/4), às 14h. Ele é investigado no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos ocorridos na Sede dos Três Poderes e no que investiga as ações da Polícia Rodoviária Federal nas eleições.
“Determino a oitava de Anderson Gustavo Torres, no dia 24/4/2023 às 14:00 horas, na sede da Polícia Federal, em Brasília/DF, na condição de declarante, assegurado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder a perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo”, escreveu o ministro.
Anderson Torres está detido por suspeita de conivência ou omissão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, desde que voltou ao Brasil, há 97 dias. Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) manifestou-se favorável à revogação da prisão do ex-secretário. Porém, cabe à Moraes.
Negação do pedido de liberdade
Alexandre de Moraes negou hoje o pedido de liberdade provisória feito pela defesa de Torres, que tinha parecer favorável da Procuradoria-Geral da República, por considerar que no atual momento das investigações a ‘razoabilidade e proporcionalidade continuam justificando a necessidade e adequação’ da medida.
O ministro avalia que necessidade de segregação de ex-ministro da Justiça foi reforçada por ‘fortes indícios’ de sua ligação com ‘minuta do golpe’, e destacou o fato de Torres ter ‘suprimido das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular, consequentemente, das trocas de mensagens realizadas no dia dos atos golpistas e nos períodos anterior e posterior e às suas mensagens eletrônicas’.
“Somente – mais de 100 dias após a ocorrência dos atos golpistas e com total possibilidade de supressão das informações ali existentes – autorizou acesso às suas senhas pessoais de acesso à nuvem de seu e-mail pessoal”, ressaltou.