Apesar do bom desempenho de políticos bolsonaristas nas eleições deste ano, candidatos que ganharam o apoio incondicional do presidente Jair Bolsonaro (PL) não tiveram a sua candidatura impulsionada e não conseguiram se eleger como parlamentares.
E a lista é grande. São eles: o ex-presidente da Fundação Palmares Sergio Camargo, a advogada Cristina Bolsonaro, a médica Nise Yamagushi, o ex-assessor Fabrício Queiroz, a apresentadora Antônia Fontenelle, o comentarista Adrilles Jorge, o deputado estadual Douglas Garcia, entre outros.
Nomes que romperam com Bolsonaro, como os deputados Joice Hasselmann (PSDB), Alexandre Frota (PSDB) e os irmãos Weintraub (PMB), também foram derrotados nas urnas.
Veja abaixo alguns deles e o seu respectivo desempenho nas urnas.
Fabrício Queiroz
Fabrício Queiroz (PTB), ex-policial e amigo da família Bolsonaro, somou apenas 6.701 votos e perdeu a disputa pela Alerj (Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro). Com o slogan “Lealdade de verdade”, Queiroz apareceu no material de campanha —com jeito de meme— ao lado de Jair Bolsonaro, seu amigo há mais de 30 anos.
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro na própria Alerj, Queiroz foi preso em 2020 durante as investigações do caso das rachadinhas no gabinete do filho 01 do presidente, então deputado estadual. Foragido, foi encontrado em uma casa do advogado Frederick Wassef, que representa o clã Bolsonaro. Ele é suspeito de ligação com a milícia, que controla várias áreas do Rio de Janeiro.
Sergio Camargo
Ex-presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo deixou o cargo no governo Bolsonaro em março para se candidatar a deputado federal por São Paulo. Camargo —que se envolveu em várias polêmicas ao longo de sua gestão— somou apenas 13.085 votos, ou 0,06%, e não conseguiu se eleger.
Nise Yamagushi
A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi (Pros) anunciou ainda em dezembro do ano passado a ideia de entrar para a política. Ela foi investigada na CPI da Covid por um suposto envolvimento com o chamado “gabinete paralelo”, grupo de assessoramento de Bolsonaro. Nas eleições, e com o apoio do presidente, Nise Yamaguchi registrou 36.690 votos e não conseguiu uma cadeira no Congresso Nacional.
Adrilles Jorge
Comentarista da rádio Jovem Pan, Adrilles Jorge somou 91.485 votos (0,39% do total de votos válidos) em sua aventura na política como candidato a deputado federal. Também não conseguiu se eleger, segundo o boletim de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nas redes sociais, ele comemorou mesmo assim os números de sua empreitada.
Cristina Bolsonaro
Segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle (PP) conseguiu apenas 0,09% dos votos válidos no Distrito Federal e não se elegeu deputada distrital. Ela já havia tentado uma vaga na Câmara dos Vereadores, em 2020, quando perdeu para o enteado Carlos Bolsonaro.
Em 2018, também não teve sucesso como deputada federal no Rio, pelo Podemos. Na época, a advogada recebeu 4.555 votos nominais e 7.254.297 votos que foram puxados pelo partido, o que representa 0,06%.
A mãe de Jair Renan, quarto filho do candidato à reeleição à Presidência, protagonizava um embate na família Bolsonaro por causa de outra candidatura, a do irmão da primeira-dama, Eduardo Torres (PL).
Douglas Garcia
Envolvido em uma série de polêmicas, como a confusão com a jornalista Vera Magalhães no fim do debate para governador promovido pelo UOL em parceria com Folha e Cultura, o deputado estadual Douglas Garcia (PL) não atingiu o número de votos para se tornar deputado federal.
Foram 24.549 votos. “Eu quero agradecer às mais de 20 mil pessoas que foram às urnas e depositaram confiança em mim. Esse ano, na expectativa de me tornar deputado federal, não consegui atingir a quantidade necessária de votos”, disse ele, em vídeo.
Antônia Fontenelle
A apresentadora Antônia Fontenelle (Republicanos) também não entrou para o célebre grupo de bolsonaristas que se elegeram para um cargo como parlamentar. Registrou apenas 30.975 votos, menos do que a ex-sogra Veronica Costa, que teve 31.103 votos.
Andréa Sorvetão
Mais conhecida por ter atuado como paquita do extinto “Show da Xuxa” e também como empresária da do buffet “Casa de Festas Sorvetão”, Andréa Sorvetão também tentou uma incursão na política em 2022. Com uma plataforma conservadora, ela queria integrar a Câmara dos Deputados, em Brasília, e pedia votos para defender a família, a pátria e o acesso à cultura. Teve 1.734 votos e está como suplente.
Abraham Weintraub e Arthur Weintraub
Os irmãos Abraham Weintraub (PMB) e Arthur Weintraub (PMB) tentaram chegar à Câmara, mas passaram a atacar o presidente em meio à campanha. Abraham, ex-ministro da Educação, teve 3,9 mil votos. Arthur, ex-assessor especial do governo, recebeu 1,9 mil.
Joice Hasselmann
A jornalista Joice Hasselmann teve cerca de um milhão de votos em São Paulo, pelo PSL em 2018. Já nas eleições deste hoje, Joice concorreu à reeleição como deputada federal pelo PSDB e perdeu, ficando com menos de 15 mil votos.