O apresentador Gilberto Barros, o “Leão” foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a dois anos de prisão por ter, segundo a decisão, praticado homofobia e incitado a discriminação por orientação sexual. A sentença veio pela 4ª Vara Criminal do Foro Central Criminal Barra Funda a sentença foi publicada na última sexta-feira, 12, e ainda cabe recurso. Ele poderá recorrer em liberdade.
A condenação veio após, em 2020, Gilberto Barros afirmar que “vomita” ao ver “beijo de língua de dois bigode” e acrescentou: “Hoje em dia se quiser fazer na minha frente faz, apanha dois, mas faz”.
Segundo a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, em 9 de setembro de 2020, Barros “praticou e induziu a discriminação e preconceito de raça, sob o aspecto da homofobia”.
A fala homofóbica de Gilberto Barros foi feita no canal do apresentador no Youtube, o “amigos do leão” o canal que tinha cerca 199 mil inscritos na época.
Em live com a apresentadora Sonia Abrão, Gilberto diz “Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente”, contou.
Ele acrescentou: “Não tenho nada contra, mas também vomito, sou gente. Naquela época ainda, imagina. Chegando do interior… Hoje em dia, se quiser fazer [na minha frente], faz, mas apanha os dois”, afirmou.
Veja o vídeo:
A juíza responsável pela prisão decidiu substituir os dois anos de prisão por serviços comunitários e uma multa de R$ 3 mil.
A denúncia fa fala de Barros foi feita pelo jornalista e ativista LGBTQIA+ William de Lucca, que prestou depoimento como testemunha do caso. No Twitter, ele comemorou a decisão: “Hoje é um dia histórico”.
Veja:
O jornalista também pontuou que a atitude é crime.
Os advogados de defesa de Gilberto Barros alegaram que as falas do apresentador não causaram risco social à comunidade LGBTQIA+, e que “pelo seu sangue italiano ele costuma falar muito”.
Os advogados de defesa de Gilberto Barros argumentaram que as falas do apresentador não causaram risco social à comunidade LGBTQIA+, e que “pelo seu sangue italiano ele costuma falar muito”. O apresentador poderá recorrer da condenação em liberdade.
O apresentador ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Ao todo, a sentença chega a 2 anos de reclusão em regime aberto e pagamento de 10 dias multa e prestação de serviços à comunidade.