Texto: Luan Leão com informações de G1 e G1 notícias podcast
Grandes varejistas do mercado de moda anunciaram o fechamento de suas lojas nos últimos
meses, escancarando uma crise no setor que emprega mais de oito milhões de pessoas. Tudo
isso em meio ao endividamento de famílias, desemprego alto e incertezas sobre a retomada da
economia brasileira.
As Lojas Marisa amargaram um prejuízo multimilionário de R$ 129 milhões nos 3 primeiros
meses de 2023, crescendo sua dívida em 64%, além de possuírem 10 lojas físicas alvo de despejo por falta
de pagamento de aluguel, no valor de R$ 10 milhões.
No final do mês de março a empresa possuía 330 lojas e, recentemente, anunciou que irá fechar
91 pontos pelo país com despesas de R$ 62 milhões, segundo o CEO da empresa. O mais curioso
é que as vendas digitais tiveram uma queda de 32% tanto no site como no aplicativo. Nos
resultados operacionais (o que sobrou das operações do dia a dia antes do pagamento de juros
e impostos) chegou a R$ 66 milhões de prejuízos.
O motivo da crise se mostra com dificuldade de receita natural para todos os segmentos. Isso se
deu, principalmente, pela baixa renda familiar devido a perda de empregos na época e, como no
ciclo do mercado, as empresas perderam seus clientes.
O mundo pós pandemia, que em tese deveria ter um ar de novas esperanças para o mercado,
se viu em meio a uma nova guerra e, com ela, um forte aumento dos insumos, inflação e taxa de
juros.
“Atualmente, 80% das famílias brasileiras estão endividadas e 20% das famílias gastam mais da
metade da sua renda com pagamento de dívidas. Ou seja, o orçamento familiar apertou demais”,
comenta Guilherme Mercês, diretor de economia e inovação da Confederação Nacional de
Comércios de Bens, Serviços e Turismo, em entrevista ao G1.
O endividamento das empresas vem com o aumento da taxa de juros, ou seja, isso gerou um aperto
de caixa devido a altas despesas financeiras. Diante o caos no setor varejista, os fornecedores
das Lojas Marisa entraram na justiça com pedido de falência. Segundo o site UOL, um dos
credores cobra o pagamento de R$ 710 mil.
