O Ministério Público do Paraná denunciou, por tentativa de homicídio, um homem de 28 anos, como mandante do ataque com soda cáustica contra uma jovem de 23 anos em Jacarezinho, interior do estado, em 22 de maio. Ele é ex-namorado da vítima e teria orquestrado e comandado que a sua atual companheira executasse o ataque.
Isabelly Aparecida Moro recebeu alta em 8 de junho, após 17 dias internada, e segue se recuperando das queimaduras em casa. O homem está preso desde 23 de fevereiro, mas por outro crime.
A DENÚNCIA DO MP CONTRA O EX-NAMORADO
A denúncia contra ele foi juntada na denúncia e divulgada nesta quarta-feira, 3. A Justiça ainda não se manifestou sobre a acusação contra o homem. A denúncia contra a executora do ataque já foi aceita e a mulher se tornou ré nesse processo.
Segundo o MP-PR, as informações legalmente extraídas do telefone celular da denunciada permitiram concluir que o marido planejou o crime e, mesmo preso, apoiou os atos preparatórios, convencendo a mulher a aderir ao plano e executá-lo, estudando a rotina da vítima e atacando-a de surpresa quando estava a caminho da academia.
Os áudios armazenados no telefone demonstraram que o denunciado tinha domínio do fato criminoso e esclareceram sua motivação.
Com as informações extraídas do celular, a Polícia Civil pediu à Justiça que fosse decretada nova prisão preventiva contra o investigado e instaurou um inquérito para apurar sua conduta.
O órgão manifestou-se a favor da decretação da prisão, mais uma acumulada pelo investigado. Concluída a investigação, ofereceu denúncia contra ele, imputando-lhe o crime de homicídio qualificado, na modalidade tentada.
Para o MP-PR, as qualificadoras aplicadas ao casal são uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio (crime cometido conta mulher por razões da condição do sexo feminino) e motivo torpe, pois o delito foi cometido pelo homem em razão do sentimento de posse que nutria em relação à ex-namorada e de vingança pelo término do relacionamento, enquanto a denunciada agiu motivada por ciúme e inveja da vítima.
O ATAQUE COM SODA CÁUSTICA
Inicialmente, a Polícia Militar do Paraná informou que a substância com a qual a vítima foi atingida era ácido. No dia seguinte ao ataque, no entanto, a mulher presa como autora do crime afirmou, em depoimento, que se tratava de soda cáustica, que é uma base.
A vítima voltava da academia quando foi atacada. O material causou queimaduras no rosto, no peito e na boca.