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Atleta indígena brasileira tem cocar apreendido na imigração dos EUA: “é uma ofensa”

(Foto: reprodução/ redes sociais)

Nesta terça-feira (13), a atleta indígena Nanda Baniwa, membro da delegação brasileira de canoagem, enfrentou uma situação de discriminação na imigração dos Estados Unidos. Baniwa estava a caminho do Havaí para participar do Campeonato Mundial de Canoa Havaiana (Va’a), sendo a única indígena na equipe brasileira. No entanto, o que deveria ser uma simples passagem por um ponto de controle migratório se transformou em uma experiência de estresse e indignação.

Durante a entrevista concedida ao BT, Nanda relatou o comportamento hostil do fiscal de imigração, que teria zombado do inglês da equipe brasileira e confiscou o cocar da atleta, alegando que as leis ambientais norte-americanas proíbem o uso de penas de animais em acessórios. Apesar de Nanda ter apresentado uma carta de visto do Ministério dos Povos Indígenas, e de ter sido assistida por uma tradutora brasileira que explicou a importância cultural do cocar, o adorno foi retido.

O cocar, segundo Baniwa, possui um valor simbólico profundo, representando sua identidade, cultura e lutas como indígena. “Meu cocar é meu grande aliado nas minhas lutas, faz parte de mim, e desde a origem de tudo nos pertence. O meu povo luta pelo meio ambiente, é uma ofensa desmerecer toda uma trajetória ”, desabafou a atleta. Ela expressou sua indignação com o tratamento recebido e a sensação de impotência diante da situação, ressaltando que o episódio não se trata apenas de perder um objeto, mas de um ataque à sua identidade e à cultura indígena.

Nanda também questionou a justificativa ambiental dada pelos agentes norte-americanos, destacando a incoerência de um país que enfrenta graves problemas ambientais e sociais, incluindo o racismo, querer impor regras sobre a preservação do meio ambiente a povos originários.

Atleta Nanda Baniwa

Atleta
(Foto: reprodução/ redes sociais)

Nanda é de origem Baniwa, de uma comunidade indígena que faz fronteira entre o Amazonas e a Colômbia. Ela compõe o time de atletas Marear Canoagem, no espaço Náutico Marine Club, em Belém do Pará, onde vive atualmente e pratica os seus treinos Rio Guamá, importante rio da Amazônia.

A atleta faz parte da equipe de canoagem do Rio de Janeiro, chamada Esquilo Esporte, mas treina no Pará com o apoio da equipe Marear, que trabalha com o projeto Koru voltado para jovens talentos do esporte. 

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