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Barca Literária: biblioteca itinerante prepara jovens para debater crise climática e racismo na COP30 

A Barca Literária, uma biblioteca comunitária itinerante e periférica, localizada na Vila da Barca, em Belém, pretende ter uma voz mais ativa na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, com olhares da juventude periférica. 

A comunidade está preparando suas lideranças para o debate ambiental que o evento proporciona, como: combustíveis fósseis, fontes renováveis de energia, alternativas sustentáveis para frear a degradação do planeta e o papel que cada nação e cada indivíduo desempenham.

Idealizada por um grupo voluntário de profissionais de educação e de artes, a biblioteca promove diálogos para debater a realidade da periferia com projetos como o Lambe-Lambe – Manifesto de Re-Existência e do livro Periferia: Imagem, Centro e Afeto, que recebeu o Prêmio FCP (Fundação Cultural do Pará) de Incentivo à Arte e à Cultura.

A iniciativa também distribui materiais produzidos na própria Vila da Barca, com textos que circulam pelas palafitas e que trazem uma visão de mundo mais consciente em um território ribeirinho ameaçado pelas mudanças extremas do clima.

Segundo Suane, que é uma das responsáveis por ministrar aulas sobre as mudanças- climáticas, tem debatidos temas importantes com os alunos sobre educação ambiental e marcando presença em eventos importantes: 

“A nossa juventude esteve nos Diálogos Amazônicos e discursou para a ministra Anielle Franco. Foi muito bacana levar os meninos e as meninas para viver essa experiência, conta a orientadora da biblioteca, que ajudou a roteirizar e codirigiu o filme Realidades da Vila, exibido na Mostra Amazônia em Telas, a partir do projeto Telas em Movimento junto com a Barca Literária”, afirmou. 

A vila, onde o projeto também fica, é um território ribeirinho-urbano, com mais de 100 anos de existência, no bairro do Telégrafo, às margens da Baía do Guajará. A Vila da Barca vem sofrendo com o esquecimento do poder público, além da falta de coleta de lixo, coleta seletiva inexistente, a falta da manutenção das pontes e estivas de madeira. 

A biblioteca itinerante disponibiliza os livros necessários para a base dessas discussões através da doação de equipamentos e obras de autores famosos. O projeto também constrói uma discussão sobre o futuro dessa juventude como parte do planeta.