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Banco Central vai lançar moeda digital; entenda como funciona

Na última quinta-feira (20), foram emitidos os primeiros testes do Real Digital pelo Banco Central do Brasil (BC). A criação de moedas digitais é uma revolução tecnológico-econômica que vem acontecendo no mundo e marca o início de uma era digitalizada pós-pandêmica.

Um novo conceito de inovação ganhou força em meados de 2020, os CBDCs (Central Bank Digital Currencies), que são as representações digitais da moeda física que existe hoje. O nome da CBDC brasileira é Real Digital e a ideia dessa moeda digital é implementar as novas tecnologias e modelos de negócio, porém sem perder estabilidade monetária e financeira.

O Real Digital será desenvolvido em blockchain – uma tecnologia que é utilizada para registrar as transações dos usuários de moedas digitais e criptomoedas -, o que torna as transferências mais seguras, privadas e rastreáveis, trazendo uma “programabilidade” maior ao sistema financeiro nacional. O maior acesso que a tecnologia blockchain prevê é um sistema ganha-ganha para o comércio global.

Imagem: Reprodução / Remessa Online

Os reais serão emitidos em um ambiente de teste, no Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT) e, segundo a Forbes, até o final de dezembro será liberada a versão “demo” e o produto deve ser lançado oficialmente pelo Banco Central para testes apenas em 2023.

Apesar das facilidades para os grandes setores, os bancos convencionais se preocupam com a falta de fiscalização que acarreta a vinda do novo formato de mediação monetária, já que a ideia do real digital é que ele não necessite de validação pelo BC para que a transação seja feita. 

O QUE PODE MUDAR

Nos setores mais formais, o papel-moeda está sendo cada vez menos utilizado nas transações e o Pix, mesmo sendo uma ferramenta de transferência instantânea e apesar de ser utilizado diariamente por 122 milhões de pessoas físicas, o número de pessoas jurídicas somam pouco mais de 9,7 milhões de usuários.

Imagem: Reprodução / Agência Brasil

A realidade é que, a criação do CBDC brasileiro vai melhorar as transações entre grandes setores como agronegócio, saúde e indústria geral, mas não afeta diretamente a vida diária de pessoas físicas, já que as transferências feitas pelo Real Digital serão de grande escala. 

Mesmo com tantos desafios, as CBDCs devem trazer uma nova gama de possibilidades para todos os participantes do sistema financeiro, além de impulsionar uma série de inovações ainda nem mapeadas na cadeia.