O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram, nesta segunda-feira, 7, que vão repassar R$ 4,5 bilhões para empresários que atuam na Amazônia. As cifras serão destinadas a pequenas e médias empresas e microempreendedores individuais (MEIs).
O início dos trâmites para abertura da linha de crédito foi oficializado em Belém do Pará, depois da abertura da conferência “Coalizão Verde: Mobilizando Recursos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”. A parceria entre o BID e o BNDES precisa ser avalizada pelo Legislativo, mas o entendimento do governo federal é que não vai haver empecilhos para a aprovação da cooperação.
“Essa iniciativa, seguramente, vai ajudar a fomentar a economia local. E, no caso do Pará (a fomentar) a preparação para a COP. São restaurantes, pequenas hospedarias e (outras) iniciativas. Toda a cadeia de negócios vai ser fortalecida com esse processo”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em menção à Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2025.
Empresas e pequenos empreendedores de múltiplos setores serão beneficiados com financiamento para modernização, expansão, aquisição de bens e equipamentos e inovação. Segundo Mercadante, o crédito incluirá incentivos à adoção de práticas sustentáveis, contribuindo para a criação de empregos e a construção de uma economia ambientalmente responsável na região.
“Há uma grande percepção de que a crise climática é grave e que temos de enfrentá-la”, completou.
Impulso ao PIB
O plano de apoio às micro e pequenas empresas é batizado de Pro-Amazonia. As firmas do tipo representam 99% do número de negócios instalados no Brasil, são responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregam 46% do total de trabalhadores, sobretudo no setor de serviços.
O diagnóstico, porém, é que, muitas vezes, os pequenos empreendedores costumam encontrar dificuldades para captar crédito. A ideia do Pro-Amazônia, portanto, é prencher a lacuna de financiamento.
Ilan Goldfajn, presidente do BID, destacou o fato de a iniciativa que vai sustentar a captação de R$ 4,5 bilhões ter a participação de 19 bancos públicos.
“O desafio que temos hoje na Amazônia precisa de todo mundo, de todos os países e dos bancos públicos. É preciso integrar a questão do (combate ao) desmatamento à bioeconomia. Não há nada mais forte do que financiar pequenas e médias empresas e, às vezes, até indivíduos que não têm crédito, mas precisam dele”, assinalou.
Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), explicou os mecanismos de transparência que o governo pretende lançar mão para assegurar a chegada dos recursos aos destinos corretos. Entre setembro e outubro, a pasta vai lançar um portal da transparência para detalhar os financiamentos públicos aprovados.
“Qualquer cidadão, a imprensa e a sociedade civil vão poder entrar no sistema e verificar quando o projeto entrou, quais são as condições, com quantos votos foi aprovado, além do acompanhamento do desembolso”, projetou.
Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão na capital paraense em virtude da Cúpula da Amazônia, que vai acontecer entre esta terça-feira, 8, e a quarta, 9.