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‘Boiuna’: filme inspirado na história da cobra-grande é produzido no Pará

Filmagens do curta-metragem têm como cenário a Ilha do Combu e Benevides

Foto: Laís Teixeira

As deslumbrantes paisagens da Ilha do Combu e do município de Benevides foram escolhidas como cenários para “Boiuna”, um curta-metragem inspirado na lenda indígena da cobra-grande. Com roteiro e direção de Adriana de Faria, que também atua como produtora executiva ao lado de Tayana Pinheiro, a obra conta com a coprodução da Marahu Filmes.

As filmagens acontecem entre os dias 15 e 19 de julho e destacam um elenco majoritariamente composto por atrizes sem experiência prévia, como Jhanyffer Santos. O filme também apresenta a atriz e cantora paraense Naieme no papel principal e conta com a participação especial da atriz amazonense Isabela Catão, que recentemente esteve no Festival de Cannes com o filme “Motel Destino”.

‘Boiuna’: filme inspirado na história da cobra-grande é produzido no Pará
‘Boiuna’: filme inspirado na história da cobra-grande é produzido no Pará – Foto: Laís Teixeira

Qual a história de Boiuna?

A trama gira em torno de Jaque (interpretada por Naieme), que retorna à ilha onde cresceu após não conseguir emprego na capital. Sua filha adolescente, Mara (Jhanyffer Santos), faz novas amizades enquanto eventos misteriosos começam a ocorrer. Naieme compartilha suas impressões sobre a personagem Jaque:

“Enquanto sou solar, alegre, falante, viajante, Jaque é fechada, não fala o que sente, é superprotetora e projeta na filha seus medos e incertezas. E, no fundo, todas temos um pouco de Jaque; muitas compreenderemos suas ações e outras de nós, julgaremos. Mas o certo é que Jaque se empodera a partir da dor, sem se tornar vítima, mas assumindo o protagonismo e as rédeas de sua vida”, adianta Naieme.

A lenda da Cobra-grande

Foto: Laís Teixeira
Foto: Laís Teixeira

A lenda da Boiuna é retratada de várias maneiras nas diferentes localidades do Norte do Brasil, sendo ora vista como uma entidade espiritual, ora como um animal que se transforma em embarcação. Adriana de Faria explica que o curta-metragem oferece uma leitura contemporânea dessa narrativa, abordando um drama social através da ficção:

“Além de ser um ícone da nossa encantaria, a Boiuna também representa a fortaleza das mulheres e meninas amazônicas, em serem gigantes nos cursos da vida. O filme traz questões como amizade feminina e relação entre mãe e filha com todas as nuances que essas relações possuem”, comenta Adriana de Faria.

Equipe e Pós-Produção

A equipe de produção de “Boiuna” é composta majoritariamente por profissionais nortistas, totalizando cerca de 40 pessoas envolvidas na pré-produção e filmagem. O curta-metragem agora segue para a fase de pós-produção, que contará com a participação de profissionais de outros estados.

“Buscamos com essa obra a valorização e o reconhecimento do cinema da Amazônia como um cinema potente, de trabalhadores talentosos. O público vai conhecer a história de Jaque e Mara, e também a identidade paraense por meio de seus costumes. Isso só é possível em razão das vivências da própria equipe, que carrega a sua ancestralidade e a imprime no modo de fazer cinema também”, garante Adriana.

Lançamento e Direção

“Boiuna” foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo e tem previsão de lançamento para 2025, com exibições planejadas para festivais de cinema nacionais e internacionais. Adriana de Faria, a roteirista e diretora paraense, é conhecida por seus projetos documentais e ficcionais. Sua primeira ficção, “Cabana”, foi premiada como “Melhor Curta” no Festival do Rio 2023 e indicada ao Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro 2024. Além disso, Adriana é criadora e roteirista da série de culinária “Sabores da Floresta” (GNT/Futura) e do premiado curta-metragem “Ari y Yo”, exibido em diversos países da América Latina.


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