O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre os estojos de joias que recebeu de presente da Arábia Saudita. Após passar mais de 3 meses fora do Brasil, ele explicou que presentes do tipo são comuns entre governos do Golfo Pérsico, porque “eles são riquíssimos”, e disse que não existe ilegitimidade na posse dos itens.
“A rainha da Inglaterra ganhou R$ 50 milhões. Eles [reino da Arábia Saudita] têm dinheiro, pô. É o prazer deles dar presente […] Ele tem coisas que nós não temos: três esposas, por exemplo. Eles são muito bem sucedidos. São riquíssimos, e eles procuram agradar as pessoas. Mas sou um cara que continuo com o meu reloginho aqui, [apontou para o relógio comum], graças a Deus, estou satisfeito com ele”.
Bolsonaro ressaltou que se quisesse de fato esconder algo, ninguém teria descoberto.
“Eu, toda vida tentando recuperar o outro conjunto da Michelle por ofício, não foi na mão grande. Não sei porque essa onda toda. Se estão achando isso como algo que fiz errado, eu fico até feliz, porque não tem do que me acusar. (…) Se eu quisesse camuflar isso aí, jamais descobririam isso aí”, afirmou.
Bolsonaro foi intimado pela PF (Polícia Federal) e irá depor no dia 5 de abril, às 14h30, em inquérito que apura as joias trazidas ao Brasil e recebidas de presente do governo saudita, durante viagens oficiais ao exterior.
no início do mês de março, o Estado de S.Paulo revelou que a comitiva do ex-presidente tentou entrar no Brasil sem declarar as peças à Receita Federal. O ex-chefe de estado não deu maiores detalhes sobre essa situação, e apenas disse que ele e a esposa, Michelle, ficaram sabendo sobre a apreensão das joias na alfândega pela imprensa. Também disse que não terá problema nenhum para prestar depoimento à PF e que o caso só foi revelado porque os presentes estavam cadastrados no acervo da Presidência da República.
segundo dados do sistema da Presidência, em 6 de junho do ano passado foi feito um pedido para que os itens fossem “encaminhados ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro”. Dois dias depois, foi confirmado que estavam “sob a guarda do Presidente da República”.
