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Bolsonaro fica em silêncio durante 15 minutos em depoimento à PF, diz defesa

Na tarde desta quinta-feira (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à Polícia Federal (PF) para prestar depoimento sobre a suposta tentativa de Golpe de Estado, no entanto, permaneceu em silêncio durante o tempo de seu depoimento, cerca de 15 minutos.

A defesa do ex-presidente, advogado Paulo Cunha, alegou que não teve acesso a todos os elementos da investigação, como o acesso à delação do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, bem como declarou que o Bolsonaro “nunca foi simpático” a movimentos golpistas.

Bolsonaro é investigado em cinco inquéritos no STF. Em nota, a defesa ainda destacou que o ex-presidente não deixará de prestar depoimento, o que fará assim que “seja garantido o acesso” solicitado. “Não sendo demais lembrar que jamais se furtou ao comparecimento perante a autoridade policial quando intimado. ”, afirmou a defesa.

Esteve presente à sede da PF, os ex-ministros Braga Netto (Defesa), Augusto Helena (Gabinete de Segurança Institucional) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Outros depoimentosocorreram de forma simultânea. Quatorze deles foramrealizados em Brasília, quatro no Rio de Janeiro, dois em São Paulo, um no Paraná, um em Minas Gerais, um no Mato Grosso do Sul e outro no Espírito Santo.

Investigações – Conforme as investigações da PF, existem “dados que comprovam” que Bolsonaro “analisou e alterou uma minuta de decreto que, tudo indica, embasaria a consumação do golpe de Estado em andamento”. O ex-presidente declarou que manterá o silêncio em depoimento e solicitou ser dispensado para comparecer, mas a solicitação foi negada por Alexandre de Moraes.

O ex-presidente e o restante dos intimados estão sendo alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro possui uma série de medidas aplicadas pela Justiça, como a proibição de deixar o país e de se comunicar com os demais investigados, bem como seus advogados.

Advogados de Bolsonaro argumentam que ele não prestará depoimento até ter acesso integral às provas do processo. Assim como, o ex-presidente e sua defesa solicitaram autorização do STF para não depor, no entanto, o ministro Alexandre de Moraes negou.