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Bolsonaro veta nova Lei Aldir Blanc; texto previa R$ 3 bilhões para setor cultural

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou integralmente a Lei Aldir Blanc, que previa o repasse anual de R$ 3 bilhões ao setor cultural.

A decisão de Bolsonaro foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 5, um dia depois do prazo estabelecido para que o chefe do executivo se pronunciasse a respeito do assunto.

A LEI

  • 80% dos recursos irão para editais, chamadas públicas, cursos, produções, atividades artísticas que possam ser transmitidas pela internet; e ainda para manter espaços culturais que desenvolvam iniciativas de forma regular e permanente;
  • 20% dos recursos serão destinados a ações de incentivo direto a programas e projetos que tenham por objetivo democratizar o acesso à cultura e levar produções a periferias e áreas rurais, por exemplo, assim como regiões de povos tradicionais.

No texto do veto, Bolsonaro alegou que o projeto é “inconstitucional” e que “contraria ao interesse público”.

RECURSOS

Para garantir o financiamento a política de fomento ao setor, o projeto de lei previa, segundo texto apresentado, a utilização de:

  • dotações previstas no Orçamento e créditos adicionais;
  • subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais;
  • 3% da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais que tiverem autorização federal, deduzindo-se este valor dos montantes destinados aos prêmios;
  • superávit do Fundo Nacional da Cultura apurado em 31 de dezembro do ano anterior;
  • recursos provenientes da arrecadação da Loteria Federal da Cultura, a ser criada por lei específica;
  • resultado das aplicações em títulos públicos federais.

ALDIR BLANC

O nome da lei é em homenagem ao compositor brasileiro, Aldir Blanc, que morreu de Covid-19 em maio de 2020.

O letrista Aldir Blanc foi vítima da Covid-19 . Imgem: reprodução internet

Essa seria a segunda lei que levaria o nome do artista, uma vez que, em 2020, poucos meses após a sua morte, a União destinou R$ 3 bilhões emergenciais a iniciativas de cultura, em um momento no qual as restrições de circulação impediam a maioria das exibições e espetáculos pelo país inteiro.

LEI PAULO GUSTAVO

No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro também vetou a Lei Paulo Gustavo, que sugeria o repasse de R$ 3,8 bilhões para o enfrentamento dos efeitos da pandemia da Covid-19 sobre o setor cultural.

Paulo Gustavo foi mais uma vítima da Covid-19. Imagem: reprodução internet

Nomeada em homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, que também foi vítima da Covid-19 há um ano, o texto original da lei é de autoria do senador Paulo Rocha (PT-PA).

No veto, Bolsonaro alegou que “ao criar a obrigatoriedade do repasse pelo governo federal de recursos provenientes de fundos como o Fundo Nacional de Cultura aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, a proposição legislativa enfraqueceria as regras de controle, eficiência, gestão e transparência elaboradas para auditar os recursos federais e a sua execução”.

A deputada federal Vivi Reis reagiu ao veto:

O vereador e pré-candidato ao governo do Pará, Fernando Carneiro, também se posicionou contrário à decisão: