A segunda temporada da série brasileira “Bom Dia, Verônica” já está disponível na Netflix. Expondo novamente temas relacionados à violência contra a mulher, essa temporada fala sobre violência sexual.
A primeira temporada da série, que foi aclamada pelo público e pela crítica, falou sobre violência contra a mulher e relacionamentos abusivos. Repleta de cenas fortes, a série que retratas crimes que são recorrentes na vida real.
Na segunda temporada, que já é top 2 entre as mais vistas da Netflix, o tema novamente aborda abusos contra a mulher desta vez retratando casos de criminosos que se fazem valer da fé das pessoas para cometer crimes e abusos sexuais. Com referências veladas a casos como o do criminoso João de Deus, a temporada contra com cenas pesadas que fazem referência a violências da vida real.
O vilão, que desta vez é vivido por Reynaldo Gianecchini, é um líder religioso, o famoso “homem de fé” que entres outros crimes abusa das seguidoras de sua igreja e também da própria filha, Ângela, interpretada por Klara Castanho.
NETFLIX DESMENTE BOATOS DE CORTES
Por causa dos acontecimentos recentes vividos pela atriz Klara Castanho, vítima de abuso sexual na vida real, especulou-se que a Netflix poderia alterar cenas mais pesadas envolvendo a atriz, entretanto, a plataforma negou ter cortado ou alterado qualquer cena dos novos episódios da série.
Segundo a Netflix, os episódios já haviam sido gravados quando a notícia veio à tona na imprensa, e por isso, não passaram por alteração ou reedições.
ALERTAS DE GATILHOS:
Por conta do forte conteúdo da produção brasileira, especialistas alertam sobre o efeito psicológico que a série pode exercer sobre os espectadores.
Em entrevista ao Universa, do portal UOL, a especialista Renata Sarmet falou sobre esses feitos.
É importante frisar que a série não mostra explicitamente as cenas de abuso, mas deixa os espectadores chocados com vislumbres da violência de Matias (Gianecchini).
Na entrevista concedida ao site, a psicóloga afirmou que as cenas podem sim causar gatilhos em vítimas desse crime: “Os gatilhos mentais são despertados por estímulos externos, que agem no cérebro, acionando memórias e lembranças do trauma ou da situação vivenciada. Isso desencadeia reações emocionais intensas e excessivas dentro de nós. Se o estímulo externo for de algo que a pessoa vivenciou de forma traumática, as cenas de um abuso podem acionar os gatilhos”, afirmou a especialista.
Segundo Sarmet, a Netflix deveria ter adotado avisos de gatilho nos episódios, o que ate o momento não acontece, porém é um recurso que pode ser adicionado pela plataforma: “Os gatilhos acionados nesse tipo de trauma podem trazer à tona situações dolorosas, ressentimentos e emoções já tratadas anteriormente”, concluiu.
A Netflix definiu a classificação indicativa de Bom Dia, Verônica como “para maiores de 18 anos”. Além disso, ao final de cada episódio, a série oferece um link para um grupo de apoio para vítimas de abusos e violência sexual.
