Nesta segunda-feira, 08, o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde divulgou dados atualizados onde o país registrou 1.116 mortes nas primeiras treze semanas deste ano.
Este é o maior número desde 2000, o recorde anterior de óbitos ocorreu em 2023, com 1.094.
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, destacou que infelizmente o número já era esperado nas pesquisas. “A gente já sabia que atingiríamos esse número de mortes muito elevado e atingiríamos o recorde de mortes em relação aos anos anteriores. A gente tem uma epidemia, a maior epidemia de termos de proporções, de número de casos e de extensão de número de municípios e estados acometidos da história do país e isso certamente se traduziu em um número elevado de mortes”, disse.
Em comparação ao ano passado, em 3 meses, o Brasil tinha 388 mortes. Até o momento, 2.963.994 casos foram registrados nas primeiras treze semanas deste ano, uma taxa inédita.
O presidente, Alberto, ainda critica o tratamento receitado equivocado para tratar a doença. “Uma das coisas que a gente sempre coloca é que as mortes por dengue são mortes sempre evitáveis. São mortes que não deveriam acontecer porque o tratamento da dengue é um tratamento que basicamente significa usar hidratação no momento certo para que as complicações não ocorram na maior parte dos casos e infelizmente a gente não teve uma estrutura dessa em alguns estados, municípios para evitar um número elevado de mortes, e isso se refletiu nesse número que a gente está atingindo agora”, ressaltou.
A secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou em fevereiro desse ano que a estimativa do Ministério da Saúde é que o país registre 4,2 milhões de casos neste ano.
Segundo o governo federal, a maioria dos estados brasileiros já superaram os picos de casos da dengue. De 27 unidades da federação, oito estão em “tendência de queda consolidada” e 12 estão em “tendência de estabilidade”.
No entanto, 11 unidades da federação decretaram emergência devido à dengue: Acre, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Amapá, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Mapeamento dos sorotipos – Conforme os dados referentes a exames laboratoriais realizados para identificar a dengue, o Ministério mapeou quais são os sorotipos do vírus da dengue com maior circulação no país.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 — todos podem causar as diferentes formas da doença.
O sorotipo 1 é o mais presente no país, registrado em todos os estados. Já no sorotipo 2 é observado em apenas 24 estados e no Distrito Federal. No entanto, há a circulação simultânea dos quatro sorotipos da dengue no Brasil, porém somente em Minas Gerais foi registrado a presenta de todos simultaneamente.
A pessoa exposta a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, ela passa a ter imunidade para aquele sorotipo específico.