De acordo com uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial que classifica os países nos quais mais ocorrem casamentos infantis. A lista segue com Índia, Bangladesh e Nigéria ocupando as primeiras posições.
Em 2016, 1,09 milhões de uniões aconteceram no Brasil. Destas, 137.973 incluíram pessoas com até 19 anos.
De acordo com a definição da Organização das Nações Unidas (ONU), o casamento infantil é a união formal ou informal em que pelo menos uma das partes tenha menos de 18 anos. No Brasil, a prática não costuma ter aspectos culturais e ritualísticos, e teria consentimento dos adolescentes, ainda que motivada por uma série de fatores, como a pobreza.
Neste mês, o prefeito de Araucária, no Paraná, Hissam Hussein Dehaini (Cidadania), de 65 anos, oficializou o casamento com uma jovem de 16 anos chamada Kauane Rode Camargo. Além disso, a mãe da menina era funcionária comissionado da Prefeitura e foi promovida à Secretária de Cultura do município.
Hissam está no seu segundo mandato como prefeito. No ano passado, ele se divorciou da segunda mulher. Seu patrimônio, declarado pela Justiça Eleitoral, é de R$14 milhões em bens.
O prefeito e Kauane apresentaram os documentos exigidos para oficializar a relação no dia 12 de abril. A união entre os dois não é ilegal no Brasil, já que, no Brasil, adolescentes de 16 a 18 anos podem se casar, caso tenham autorização dos pais ou responsáveis, e os pais da adolescente registraram a autorização em cartório no dia da união.
De acordo com a organização “Girls not Brides”, mais de 2,2 milhões de menores de idade são casadas no Brasil ou vivem numa união estável, sendo cerca de 36% da população feminina brasileira menor de 18 anos.
Com informações Vogue Brasil*
