Segundo estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil tem um número estimado de 822 mil casos de estupro por ano no país, o que é equivalente a dois estupros por minuto.
Segundo estudo do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o maior número de casos ocorre entre os jovens, com média de idade de 13 anos.
O estudo do Ipea, aponta que há uma média significativa de casos que não são identificados nem pela polícia, nem pelo sistema de saúde. Dentre os 822 mil casos por ano, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde.
O instituto se manifestou afirmando que a situação no país e crítica e que pode ser atribuída a algumas condições: “O quadro é grave, pois, além da impunidade, muitas das vítimas de estupro ficam desatendidas em termos de saúde, já que, como os autores ressaltam, a violência sexual contra as mulheres frequentemente está associada a depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor, alteração na qualidade de sono, além de ser um fator de risco para comportamento suicida”, diz o órgão.
OS AGRESSORES:
Quanto às relações entre agressores e vítimas de estupro, notam-se quatro grupos principais: os parceiros e ex-parceiros, os familiares (sem incluir as relações entre parceiros), os amigos/conhecidos e os desconhecidos.
Neste cenário, a estimativa de 822 mil estupros por ano. Um dos autores do estudo, Daniel Cerqueira, pesquisador do instituto, afirmou que faltam pesquisas especializadas sobre violência sexual abrangendo o universo da população brasileira. Segundo ele, uma limitação das análises é que elas se fundamentam inteiramente numa base de registros administrativos (Sinan).
“O registro depende, em boa parte dos casos, da decisão da vítima, ou de sua família, por buscar ajuda no Sistema Único de Saúde”, disse, em nota, o pesquisador. Segundo o Ipea, dessa forma, o número de casos notificados difere “substancialmente da prevalência real, pois muitas vítimas terminam por não se apresentar a nenhum órgão público para registrar o crime, seja por vergonha, sentimento de culpa, ou outros fatores”., declarou.
O estudo foi baseado em dados de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, tendo 2019 como ano de referência.
*Com informações de Agência Brasil