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Coluna Danilo Lima: Bruna Marquezine pede desculpas a enfermeiras e aponta cultura do estupro como “cerne da sexualização”

Sensata! A atriz e modelo Bruna Marquezine usou suas redes sociais para pedir desculpas às enfermeiras devido à repercussão negativa após usar fantasia de enfermeira em uma festa de halloween. Bruna afirma: “Lamento não ter tido o conhecimento sobre esse tema antes, mas que essa discussão sirva verdadeiramente como oportunidade de aprendizado e transformação”.

A atriz fez questão de destacar o respeito pelas profissionais de saúde: “A todas as profissionais de enfermagem friso aqui meu total respeito à categoria. Eu as vejo como heroínas. Jamais seria minha intenção causar qualquer desvalorização à classe na escolha de uma fantasia de Halloween. Essa luta também é legítima e eu pessoalmente batalho pra que mulheres tenham liberdade e respeito em todos os ambientes e em todas suas escolhas profissionais e pessoais”, disse em nota.

Bruna afirma que compreende o seu alcance e poder de influência. Entretanto, a atriz faz um apelo “convido os órgãos competentes, a uma reflexão profunda, e não pessoal, sobre como a indústria pornográfica, o machismo estrutural e a cultura do estupro são o verdadeiro cerne da sexualização e erotização das mulheres em qualquer uma das profissões”. 

ENTENDA O CASO

A atriz e modelo Bruna Marquezine se fantasiou de enfermeira para a comemoração do Halloween, na última terça-feira (02). O uso do “uniforme” gerou uma imensa repercussão negativa e chegou até ao Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). 

Fantasia de enfermeira que Bruna usou no Halloween. Reprodução: Redes Sociais

O conselho divulgou nota de repúdio sobre a escolha da atriz, e de muitas pessoas, que optaram pelo “uniforme” de enfermeira como fantasia. Principalmente, aquelas que dão conotação sexual à vestimenta. O conselho argumentou sobre o posicionamento contrário ao uso do uniforme como fantasia:

“A enfermagem é uma profissão que exige conhecimentos técnicos, anos de estudo e muito empenho e dedicação em seu cotidiano. Além disso, por ser uma categoria predominantemente feminina, com mais de 80% de mulheres, sofre os impactos das desigualdades de gênero, o que inclui episódios de violência e assédio. Por esses e muitos outros motivos, é inadmissível que a fantasia de enfermeira, utilizada em carnavais, festas de halloween e sátiras continue sendo tolerada pela sociedade, sobretudo por formadores de opinião”, dizia a nota.