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BT Pet I Cães e gatos podem ter pressão alta?

A resposta é sim, mas as causas diferem das que observamos na espécie humana.

Diferente das pessoas, cães e gatos não possuem algumas das características de estilo de vida que o ser humano propenso ao desenvolvimento da hipertensão possui, como tabagismo, alcoolismo e ingestão desregrada de gorduras ruins. Nos pets, a pressão alta na grande maioria das vezes acontece como consequência de alguma comorbidade.

A hipertensão arterial sistêmica (nome técnico da “pressão alta”) consiste no aumento sustentado da pressão arterial, ou seja, é um aumento constatado em mais de uma avaliação.

Quando realizamos qualquer exame, temos uma “fotografia” do que queremos avaliar naquele momento. Ou seja, como estamos falando de um organismo vivo, devemos considerar que valores mudam de acordo com o passar do tempo e com o contexto no qual o animal está inserido naquele dado momento.

Podemos classificar a hipertensão arterial em três tipos:

  1. Situacional

Aquele aumento de pressão causado por eventos estressantes isolados, como por exemplo, uma visita ao consultório veterinário. A esse fenômeno, de enorme estresse/medo/ansiedade diante do contexto de atendimento, damos o nome de “síndrome do jaleco branco”.

  1. Secundária
    O tipo mais comum entre cães e gatos, sendo que cada espécie tem doenças mais comumente associadas a pressão alta, como doença renal (aguda ou crônica) no cão, e hipertireoidismo no gato.
  2. Idiopática
    Quando descartadas as causas que possam encaixar o pet em uma das duas classificações acima, porém ele realmente apresenta esse aumento persistente da pressão arterial, classificamos esse paciente como hipertenso “sem causa conhecida”.

A pressão alta nos pets costuma ser um problema silencioso, sem sinais clínicos evidentes que o tutor consiga perceber no dia a dia, mas capaz de gerar danos algumas vezes irreversíveis.

Geralmente ela é percebida depois de levar ao que chamamos de lesão em órgão-alvo, que acontece quando a pressão está tão alta a ponto de afetar outros órgãos, como olhos (alterações em retina), rins (doença renal aguda ou crônica) e cérebro (AVC).

Para diagnóstico e tratamento precoces, antes que o quadro hipertensivo chegue a causar estragos.