Você sabia que a forma como o ambiente se apresenta ao seu bichinho pode contribuir com alguns problemas comportamentais? O enriquecimento ambiental tem ganhado cada vez mais espaço e hoje você vai entender do que se trata, além de receber dicas de como agregar essa prática no dia-a-dia.
É comum tutores se queixarem sobre como seu pet gosta de morder coisas pela casa, ou sobre o fato deles serem estressados. Muitas das vezes o tutor briga e pune o bichinho por algo que fez de errado, mas aí vai a pergunta de 1 milhão de reais: é errado para quem?
Na natureza, os animais interagem muito com o ambiente. Para o gato, por exemplo, arranhar o sofá não é nada mais que um comportamento natural. Ele não entende que aquilo é uma mobília, na verdade ele o utiliza tal como utilizaria o tronco de uma árvore.
Quando tolhemos o animal de certos comportamentos sem dar uma opção equivalente, estamos tirando dele a possibilidade de expressar seu comportamento natural, estamos tornando o ambiente cada vez menos interessante sob a perspectiva dele. Desse modo, das duas, uma: ou ele vai procurar outras coisas pela casa com as quais interagir (leia-se: morder/cavar/arranhar), ou ele vai se tornando um bichinho cada vez mais estressado e ansioso, podendo até adoecer a partir disso.
Quando falamos em enriquecimento ambiental, podemos classificar em: alimentar, cognitivo, social, físico e sensorial.
- Enriquecimento alimentar
Busca-se estimular a busca pelo alimento, mimetizando a caça e apreensão. Dessa forma, é possível diminuir previsibilidade em torno da alimentação, não oferecendo sempre da mesma maneira.
É possível esconder alimentos em brinquedos desenvolvidos exclusivamente com essa finalidade, mas também podemos lançar mão da criatividade e fazer o enriquecimento alimentar a partir de materiais que temos em casa, de fácil acesso, como garrafas pet.
2. Enriquecimento cognitivo
Nesse caso, o objetivo é estimular o raciocínio do pet por meio de brincadeiras interativas. Podemos estruturar uma brincadeira que consista em um desafio para o bichinho, como por exemplo, colocar um brinquedo ou um petisco em um local no qual ele precise pensar na estratégia que vai usar para chegar lá. É muito importante que esse objetivo seja possível de ser cumprido, caso contrário pode gerar estresse e frustração.
3. Enriquecimento social
É importante que o pet entenda que há outros indivíduos no mundo, além daqueles que convivem com ele em casa. Essa interação social estimula a manifestação de comportamentos em comunidade, os quais também fazem parte do repertório comportamental dos animais e não podem ser esquecidos. Vale ressaltar que o bichinho deve interagir dentro dos seus limites, pois forçar isso pode desencadear quadros sérios de estresse, sobretudo em gatos.
4. Enriquecimento físico
Trata-se de estruturar a casa pensando em formas de torná-la mais interessante para o seu pet. No meio felino, até já se fala em “gatificação” do ambiente, por exemplo: gatos gostam de observar o ambiente do alto, portanto, uma forma de gatificar o ambiente é instalando nichos e prateleiras onde ele possa ficar.
5. Enriquecimento sensorial
Por último, mas não menos importante, esse tipo de enriquecimento objetiva estimular os sentidos do animal, por meio de odores, sabores, sons, texturas… As opções para estímulos sensoriais são inúmeras, como aromaterapia, musicoterapia, utilização de feromônios sintéticos, sabores novos de petisco brinquedos com cheiros e gostinhos diferentes, entre outros. Vale ser criativo e ver com quais estímulos o seu pet se identifica mais.
Vale a pena investir um tempinho para melhorar a qualidade de vida do seu pet dentro de casa. Ter um animal não consiste em apenas dar um teto, água e comida. É preciso reconhecer que ele é um indivíduo com necessidades que vão além dessas básicas. Um animalzinho que pode expressar todo o seu potencial comportamental é um animalzinho feliz!