“Põe tapioca
Põe farinha d’água
Põe açúcar
Não põe nada
Ou me bebe como um suco…”
Durante uma consulta veterinária, é comum ouvir dos tutores que vez ou outra eles dão agrados aos seus peludinhos: pão, bolacha, bolo, presunto… A lista pode ser longa. Mas há agrados que podem ser bastante prejudiciais à saúde dos bichinhos, como é o caso do nosso tão querido açaí.
“Mas eu só dou um pouquinho.”
O açaí possui uma substância chamada teobromina (derivada da cafeína), a mesma presente no chocolate. O organismo dos pets não tem a capacidade de metabolização adequada desse componente, portanto dependendo da quantidade ingerida, do porte do animal e da susceptibilidade individual do bichinho, quadros de intoxicação podem se manifestar após sua ingestão.
Os sintomas apresentados podem ser de ordem gastrointestinal (vômitos, diarreia), poliúria/polidipsia (urinar em excesso/tomar água em excesso), arritmias cardíacas severas, ou até mesmo de cunho neurológico (desorientação, incoordenação motora, excitabilidade, convulsões).
O paciente nesse quadro deve passar por atendimento com o médico veterinário o mais rápido possível, visto que há casos de intoxicação por teobromina que podem ser fatais.
A recomendação, diante dos riscos, é que se evite oferecer açaí para cães e gatos. A humanização dos pets é um processo que vem acontecendo com cada vez mais força, onde os tutores veem os animais como seus filhos e realmente os tratam como crianças.
Porém, devemos lembrar que respeitar os limites associados à espécie deles também é um ato de amor e cuidado. Há petiscos voltados especificamente para bichinhos, desde os mais gerais até os desenvolvidos para pets com determinadas necessidades específicas.
Além dos industrializados, há outras frutas (que não o açaí) liberadas para o consumo deles, como banana, maçã, pêra, melão, melancia, mamão, entre outras. Tudo é uma questão de oferecer a melhor opção, que garanta a saúde e o bem-estar do seu animalzinho!