Seria cômico se não fosse trágico para as mais de 500 mulheres que são agredidas todos os dias no Brasil. O candidato à Presidência do Conselho Regional de Farmácia, e também conselheiro atual do órgão, Patrick Luis Cruz de Sousa, está enquadrado na Lei Maria da Penha, ironicamente, a lei sancionada em 07 de agosto de 2006, que protege mulheres vítimas de violência doméstica, e que leva o nome justamente de uma mulher farmacêutica.
Outra grande ironia na candidatura da chapa “Sempre Juntos Para Todos”, é que o grupo é composto por mais três mulheres, e um dos temas que foi bastante discutido nas lives da chapa é o empoderamento feminino.
Entenda o Caso
Em 28 de janeiro deste ano, o juiz Maurício Ponte Ferreira de Souza, titular da 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, proibiu o farmacêutico de se aproximar da vítima a uma distância menor que cem metros; com o objetivo de preservar a integridade física e psicológica da ofendida. Em 05 de março, a magistrada Natasha Veloso de Paula Amaral de Almeida, Juíza Auxiliar da mesma Vara, além de manter as medidas protetivas de urgência já concedidas, estendeu seus efeitos por mais dois anos, em virtude de agressões sofridas pela vítima.
Preferimos não revelar o nome da vítima para manter sua identidade preservada. Mas o Belém Trânsito ouviu pessoas próximas da denunciante. “Ela passou anos vivendo violência doméstica e muitas pessoas ao redor, do meio profissional e pessoal sabiam das agressões. Que bom que agora finalmente a justiça está sendo feita”, afirma um colega de trabalho da vítima, que pediu para não ser identificado.
Patrick nega as acusações, inclusive em suas defesas públicas nas redes sociais ele alega que está sendo vítima de “fake news e baixaria”.
Em nota emitida à imprensa, Patrick usa um outro processo, no qual ele responde por uma ação penal por crime de lesão corporal e contravenção penal de perturbação da tranquilidade, no âmbito da violência doméstica e familiar, uma representação feita pela própria delegacia da mulher e que foi arquivado por ter sido denunciado pela delegada há oito anos e não por comprovação da inocência. A medida protetiva emitida pelo juiz Maurício Ponte Ferreira de Souza, continua valendo e nos autos do processo constam depoimentos e até fotografias das agressões.
Diferente do que Patrick diz, a sentença está clara em decisão pública que pode ser acessada no portal do Jusbrasil.