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Carlos Emanuel, ex-Catty Lares, diz que desistiu de si para agradar Jesus: ‘aprendendo a renunciar’

O influencer Carlos Emanuel, de 20 anos, que antes era conhecido como Catty Lares, fará em breve a cirurgia de retirada das próteses de silicone que colocou aos 18 anos. O jovem, que hoje se define como “ex mulher trans”, recentemente falou em público que desistiu de sua transição de gênero após se converter ao cristianismo.

Carlos Emanuel, era conhecido na web como Catty Lares, uma mulher trans e influenciadora digital Reprodução/Instagram

Agora, assumindo o seu sexo biológico, e com o nome de Carlos Emanuel, o jovem postou um vídeo no qual fala sobre a cirurgia. Ele conta que começou a sua transição com 16 anos e a tomar hormônios com 17 anos.

Ainda no relato, Carlos diz que o que o fez “desistir de mim mesmo” em suas próprias palavras, foi o seu “encontro com Jesus Cristo”. Ele também afirma que está “aprendendo a renunciar o meu eu, a negar a si mesmo”.

O passo a passo da sua mudança vem sendo abordado nas redes sociais. O influencer deletou suas fotos e vídeo antigos e postou imagens com roupas diferentes do que costumava usar.

Veja:

RESPOSTA DA COMUNIDADE LGBTQIAP+

Nos últimos dias, Carlos tem se autodenominado como ex-transsexual, o que tem gerado grande incômodo e irritação na comunidade LGBTQIA+. Diante dessa situação, diversos membros decidiram se manifestar e comentar sobre a história. Uma das vozes proeminentes foi Alexia Brito, conhecida como Bota Pó, que utilizou seu perfil no Instagram para desabafar sobre a luta trans e expressar seu ponto de vista logo após os primeiros vídeos de Carlos após desistir da transição.

Em seu post, Alexia Brito começou ressaltando sua crença em um Deus que a ama do jeito que ela é, afirmando que sempre ouviu desde a infância que Deus é amor. Para ela, se Deus é amor, então esse amor é incondicional, independente de raça, gênero, cor ou sexualidade. A criadora de conteúdo compartilhou seu sentimento de invalidação pessoal diante de situações como essa e sentiu a necessidade de usar sua voz para falar sobre o assunto.

Ela enfatizou a importância de ser quem realmente é e de ser uma inspiração para outras pessoas trans que encontram força em sua jornada. Segundo Alexia, a luta trans vai além de uma questão individual, é um movimento coletivo de apoio mútuo. Ela destacou a importância de as pessoas trans se unirem e se apoiarem, enfatizando que ser trans não é uma piada nem uma doença. Alexia ressaltou que, se pudesse escolher, não optaria por ser trans em um país que é tão hostil e violento para a população LGBTQIA+.

A criadora de conteúdo destacou a triste realidade de que ser LGBT no Brasil significa enfrentar uma expectativa de vida reduzida, mencionando a estatística de que muitos trans não chegam nem aos 35 anos de idade. Alexia mencionou também as jovens que perderam suas vidas precocemente simplesmente por serem quem são. Para ela, a identidade de gênero não é uma questão de escolha, mas algo intrínseco a cada indivíduo, que se descobre ao longo do tempo.