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Caso suspeito de mal da ‘vaca louca’ é investigado no Pará

O Ministério da Agricultura e Pecuária do Pará (Mapa) publicou na tarde desta segunda-feira (20), em sua página, que a pasta está investigando um caso suspeito de mal da “vaca louca”. Após tomar conhecimento do caso, o MAPA comunicou imediatamente o governo paraense, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). A pasta informa ainda que ‘todas as medidas estão sendo adotadas pelos governos’.

” acerca do caso suspeito de Encefalopatia Epongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) todas as medidas estão sendo adotadas pelos governos. A suspeita já foi submetida a análise laboratorial para confirmação ou não e, a partir do resultado, serão aplicadas imediatamente as ações cabíveis”, disse o Mapa.

As ocorrências mais recentes de mal da “vaca louca” foram confirmadas em 2021 pelo Ministério. Tinham sido casos em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT). Na ocasião, após a confirmação, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foi notificada oficialmente.

No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, as exportações de carne bovina chegaram a ser suspensas temporariamente.

O QUE É ESSA DOENÇA?

A enfermidade é fatal e acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Como consequência, uma vaca que, a princípio, era calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.

A encefalopatia espongiforme bovina, nome científico da doença, é gerada por uma proteína infecciosa chamada príon. O príon já é presente no cérebro de vários mamíferos naturalmente, inclusive no ser humano, contudo, ele pode se tornar patogênico ao adotar uma forma anormal e se multiplicar demasiadamente.

Quando isso acontece, o príon mata os neurônios e no lugar ficam buracos brancos no cérebro, por isso o nome da doença de “espongiforme”, já que os buracos têm a forma semelhante a de uma esponja.

CONTAMINAÇÃO

  • caso de origem atípica: nele, naturalmente, o príon sofre uma mutação, se tornando infeccioso. Quanto mais velho o animal, maior a probabilidade disto acontecer;
  • contaminação: por meio do consumo de rações feitas com proteína animal contaminada, como por exemplo, farinha de carne e ossos de outras espécies. No Brasil, é proibido o uso deste tipo de ingrediente na fabricação de ração para bovinos.

SONTOMAS

  • nervosismo;
  • apreensão;
  • medo;
  • ranger dos dentes;
  • hipersensibilidade ao som, toque e luz;
  • ataxia, ou seja, dificuldade para andar.

Estes sintomas podem ser confundidos com outras enfermidades que afetam o Sistema Nervoso Central, como raiva, intoxicações, poliencefalomalácia, herpes vírus bovino, entre outras. Por isso, é importante a sua comprovação por meio de diagnóstico laboratorial.

HUMANOS PEGAM?

Existem duas doenças que têm relação com príon infeccioso. Assim como nos animais, os humanos podem desenvolver esse príon naturalmente – sendo acometidos por uma doença degenerativa chamada doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que nada tem a ver com o mal da vaca louca. Ela atinge principalmente idosos.

Também é possível um humano adquirir esse príon infeccioso ao comer carne infectada, desenvolvendo a variante doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), também conhecida como “vaca louca”.

O risco de humanos desenvolverem o mal da vaca louca existe no consumo de partes contaminadas do cérebro, da medula cervical, da tonsila ou de tecidos do fundo do olho de bovinos. Contudo, desde o final da década de 1990, o Ministério da Agricultura proibiu a comercialização destas partes para consumo, aponta o veterinário Enrico Ortolani, consultor do Globo Rural.

*Com informações de G1 Pará.