João Batista Ferreira Bastos, conhecido como Chico Ferreira, foi encontrado morto em sua residência, um apartamento no bairro do Jurunas, em Belém, nesta terça-feira (30). Chico foi condenado a 80 anos de prisão por duplo homicídio qualificado dos irmãos Ubiraci e Uraquitã Novelino. Os crimes ocorreram em abril de 2007, quando os corpos das vítimas foram descartados na baía do Guajará.
Chico Ferreira, um dos quatro acusados e considerado o mandante dos crimes, havia sido liberado da prisão em 11 de abril passado para cumprir prisão domiciliar por 180 dias, devido a problemas de saúde.
As circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas. O caso foi inicialmente registrado na Seccional do Comércio e, de acordo com a Polícia Civil, a investigação foi transferida para a Divisão de Homicídios. O delegado Maurício Menezes, diretor da DH, informou que a Polícia Científica foi chamada para realizar a perícia, que deve determinar as causas da morte. O resultado da perícia está previsto para ser divulgado em até 30 dias.
RELEMBRE O CASO NOVELINO
Segundo as investigações da polícia, os irmãos Novelino emprestaram R$ 4 milhões ao empresário Chico Ferreira, que não conseguiu pagar o valor. Pressionado, Ferreira elaborou um plano junto do radialista Luiz Araújo para matar os irmãos Novelino e, assim, não precisar pagar pela dívida.
Então, os dois decidiram atrair os irmãos para a sede de uma das empresas de Ferreira para que os executores entrassem para simular um assalto.
A prepação para o assassinato comecou no dia anterior, quando os funcionários da empresa foram avisados de que, no dia seguinte, o expediente só iria até às 19hs.
Pouco depois desse horário, os irmãos chegaram à Service Brasil em um Toyota Corolla de cor preta. Depois, a investigação mostrou que o carro não era dos irmãos Novelino, que pegaram um veículo emprestado para atender os pedidos de Ferreira de que não utilizassem um carro próprio para ir à empresa.
Com o sumiço dos dois filhos, o pai deles, Ubiratan Lessa Novelino, acionou a polícia e foi até a sede da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe). E então começou uma verdadeira caçada em busca dos irmãos.
O caso, que ainda era sobre o desaparecimento dos dois irmãos, começou a ganhar muita repercussão na imprensa pelo fato da família Novelino ser dona de fazendas de um posto de gasolina na capital paraense.
Todos os avanços da polícia eram rapidamente acompanhados pela mídia local e pela população, que passou a cobrar um desfecho para o caso que começou a se arrastar por mais de 10 dias.