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China diz que confronto com consequências catastróficas ocorrerá caso EUA não mude a postura

Em sua primeira aparição como o novo Ministro das Relações Exteriores da China, nesta terça-feira (7), Qin Gang relatou que se Washington não mudar sua postura em relação às outras superpotências, “conflitos e confrontos” com “consequências catastróficas” com os Estados Unidos são inevitáveis.

Qin, que até recentemente era embaixador da China nos EUA, repreendeu as políticas do país e descreveu o comportamento dos EUA como uma “aposta imprudente”.

“Se os Estados Unidos não pisarem no freio, mas continuarem acelerando no caminho errado, nenhuma barreira poderá impedir o descarrilamento e certamente haverá conflito e confronto”, disse Qin à margem do Congresso Nacional do Povo em Pequim. “E quem arcará com as consequências catastróficas?”, acrescentou.

Na ocasião, Qin também repreendeu os EUA pelo aumento das tensões bilaterais e defendeu a estreita parceria de Pequim com Moscou. Nesta terça-feira, 7, Qin acusou os EUA de exagerar em sua resposta, após um suposto balão espião chinês que flutuava sobre a América do Norte ter sido abatido por caças americanos, que ele disse ter criado “uma crise diplomática que poderia ter sido evitada”.

Qin sugere que “a percepção e as visões dos EUA sobre a China estão seriamente distorcidas. Ela considera a China como seu principal rival e o maior desafio geopolítico”. “Os EUA afirmam que buscam competir com a China, mas não buscam conflito. Mas, na realidade, a chamada ‘competição’ dos EUA é contenção e repressão total, um jogo de soma zero de vida e morte — A contenção e a repressão não tornarão a América grande, e os EUA não impedirão o rejuvenescimento da China”.

Encontro de McCarthy

Na segunda-feira (6), o Financial Times informou que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, poderiam se encontrar na Califórnia, em vez de em Taiwan, como o presidente dos EUA havia indicado inicialmente.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse na segunda-feira (6) que “não estava ciente de nenhuma viagem confirmada” do presidente taiwanês, e o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que não tinha informações para compartilhar sobre qualquer possível visita dos EUA.

De qualquer forma, o encontro certamente atrairá a ira de Pequim, alimentando ainda mais tensões nas relações já tensas no Estreito de Taiwan – e entre os EUA e a China. Desafiando as ameaças de retaliação de Pequim, a antecessora democrata de McCarthy, Nancy Pelosi, visitou Taipei em agosto. Pequim respondeu realizando exercícios militares sem precedentes em torno de Taiwan e cortando as principais linhas de comunicação com os EUA. Desde então, o Ministério das Relações Exteriores da China alertou McCarthy para não visitar Taiwan.