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Chuva e calor: saiba como se prevenir e controlar a rinite; Especialista explica

Tecnicamente, a rinite alérgica é uma resposta exagerada do sistema imunológico, expelida através do nariz, ao identificar substâncias que normalmente são inofensivas, como pólen que cai das árvores e poeira, mas que são um potencialmente perigoso para o organismo, e que gera a inflamação no local, além de provocar sintomas típicos da doença, como espirros, coceira e nariz trancado.

O BT conversou com o médico especialista, doutor Otávio Rossa, que vai explicar como a rinite se instala e como controlar e prevenir a enfermidade em temperaturas extremas de frio e calor, climas que são intercalados constantemente em Belém e no Pará, de modo geral, por ser uma zona de temperatura tropical.

Por exemplo, nesse cenário de clima úmido e chuvoso, desencadeia a proliferação de fungos do ar (mofo), além de ácaros, que são alguns dos alergênicos que mais ocasionam os sintomas.

Para o diagnóstico, são importantes os testes alérgicos, que além de confirmar o quadro, ajudam também na questão preventiva, sabendo exatamente o que irrita o nariz e assim podendo auxiliar nas medidas de controle ambiental.

DR. OTÁVIO RIGONI ROSSA. Imagem: Reprodução.

O doutor Otávio explica que uma dieta adequada pode ajudar a controlar a rinite. “Não se excluem alimentos da dieta sem a realização de testes alérgicos e a confirmação dos indícios que os mesmos desencadeiam os sintomas. No entanto, sabe-se que alguns grupos alimentares, como leite e derivados ou glúten, em algumas pessoas sensibilizadas podem agravar ou desencadear os sintomas, mas as restrições alimentares devem ser pensadas de maneira individualizada, mediante consulta médica e um acompanhamento com nutricionista”.

O otorrinolaringologista também conta que a primeira parte do tratamento é evitar os alérgenos que promovem os sintomas, além de realizar lavagem nasal. “Quando abordam-se os tratamentos com remédios, existem duas linhas de tratamento. Primeiro, com medicações sintomáticas, como os antialérgicos e corticoides nasais, que funcionam enquanto estão sendo utilizados e o tratamento da imunoterapia, também chamado de vacina, que é uma terapia que modifica o sistema imunológico, agindo diretamente no que causa a rinite alérgica, e não apenas atuando nos sintomas. Esse tratamento tende a ser mais prolongado, mas apresenta resultados duradouros para a vida toda (curáveis)”.

ALIMENTOS ALERGÊNICOS

Os alergênicos são substâncias de origem natural capazes de provocar uma hipersensibilidade em pessoas mais suscetíveis e que causam o desenvolvimento de inflamações no órgão sensível, que pode ser o nariz, o pulmão e até a pele, causando rinite alérgica, asma e dermatite atópica, respectivamente.

Os principais alergênicos são: ácaros, fungos, polens, alguns alimentos, pelos de animais, medicamentos, veneno dos himenópteros (vespas, abelhas, formigas e marimbondos), látex, cosméticos e níquel. Os ácaros são os grandes protagonistas, responsáveis por 65% a 90% das doenças alérgicas.

Imagem: Reprodução.

Já a alergia ao pólen é mais frequente na primavera, em regiões de clima frio, em que as estações do ano são bem definidas. Acomete 10% da população mundial e cerca de 30% dos pacientes com rinite alérgica aos polens podem desenvolver asma. Em crianças, os principais alimentos que causam alergia são leite de vaca, ovos, trigo e soja, enquanto nos adultos são amendoim, castanhas, nozes, peixes e crustáceos.

MEDIDAS PARA CUIDAR DO LAR

De acordo com o otorrinolaringologista, Otávio Rossa, algumas iniciativas são fundamentais para evitar os ataques da rinite, quando se fala do ambiente familiar e onde se mora. “É importante frisar cuidados como não fumar e nem deixar que fumem dentro da casa e do automóvel. O quarto de dormir deve ser preferentemente bem ventilado e ensolarado. Evitar travesseiro de pena. Use os de espuma, fibra ou látex, sempre que possível envoltos em material plástico (vinil) ou em capas impermeáveis aos ácaros. As roupas de cama e cobertores devem ser trocadas e lavadas regularmente e secadas ao sol ou ar quente. Se possível a superfície dos colchões deve ser aspirada com regularidade”, salientou.

Segundo o Consenso Brasileiro sobre Rinites (CBR), vale também adotar outras medidas para prevenir a doença, como: evitar bichos de pelúcia; Evitar o uso de vassouras e espanadores e dar preferência para o vinagre branco e sabão neutro na hora da limpeza. Confira a lista completa aqui.