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Ciclista que pedalava de Santarém rumo ao Uruguai morre em acidente no RS: “era muito cauteloso”, diz filha

O cicloviajante de Santarém, Casemiro Nunes de Sousa Filho, 62 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão no início da tarde de quarta-feira, 21, na rodovia BR-116, na altura do quilômetro 344, em Barra do Ribeiro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Era a primeira vez que Casemiro fazia uma viagem de longa distância. O objetivo dele era chegar ao Uruguai. A aventura teve início em Santarém, no Pará. A expedição estava perto de atravessar a fronteira entre os países. O ciclista já havia percorrido quase 4 mil quilômetros cortando cinco estados.

“Meu pai percorria o Brasil de bicileta. Ele sempre foi muito cauteloso em todas as viagens. Ele já foi para o Paraguai assim. Essa viagem ele começou pelo sonho de chegar no Uruguai. Desde 2015 ele pedalava. Meu pai fez várias expedições de bicicleta pelo Pará. Ele estava com um colega nessa viagem. Ele (o outro ciclista) fraturou o braço no acidente. Meu pai pedalava atrás desse amigo, Orlando Miranda. Ele ia na retaguarda”, disse Crys Costa, filha do paraense.

Colegas de pedal fizeram uma homenagem para o paraense que era apaixonado por aventuras de bicicleta:

Nas redes sociais, amigos de pedal e familiares homenagearam o paraense. “A todos que gostavam, conheciam, amavam, enfim. Peço as orações pelo meu pai, para que ele encontre a paz. Vá com Deus meu pai, pedale por eestradas que o senhor encontrar aí no céu. Te amo muito meu pai. Foi uma tragédia, mas foi fazendo o que o senhor amava. Fale com Deus por mim e pergunte a ele o quanto eu lhe amo, e quanto sentirei a sua falta”, homenageou Nunes Neto, filho do ciclista.

Nunes Neto, filho do paraense, compartilhou uma homemagem ao pai nas redes sociais. Imagem: Reprodução.

O ACIDENTE

Orlando, que estava pedalando com Casemiro no momento do acidente, disse à polícia que eles estavam pedalando no acostamento quando foram atingidos pelo caminhão de uma distribuidora do Rio Grande do Sul. “Meu pai sempre andava com a bicicleta bem sinalizada, e sempre ia pela ciclovia e não pedalava à noite. Ele tinha estratégias para esse tipo de viagem e fazia paradas de acordo com o clima. Em clima de chuva, ele pedalava até às 12h. E sempre parava às 17h. Meu irmão está lá e conseguiu liberar o corpo. Agora estamos vendo a questão do traslado”, explicou Crys, que é um dos sete filhos de Casemiro.

PERCURSO

Casemiro morava no bairro do Telégrafo e era natural do município de Alenquer, saiu de Belém no dia 6 de dezembro deste ano com destino a cidade de Fortaleza. Apenas na semana seguinte, no dia 14, o paraense deixou o estado do Ceará rumo a Florianópolis, capital de Santa Catarina.