Não importa a geração, seja criança ou adulto, uma das atrações mais encantadoras para quem vai ao circo, sem dúvida, é o Globo da Morte. O diferencial do Globo da morte do Circo Americano, que está em temporada em Belém pela primeira vez, é a mistura com o motocross freestyle. Sucesso desde o seu lançamento em 2018, o Circo é repleto de atrações exclusivas e está instalado temporariamente nas dependências do Shopping Bosque Grão-Pará, na capital paraense.
O QUE É O GLOBO DA MORTE?
O globo da morte é uma apresentação de motociclistas dentro de uma estrutura esférica e metálica envolve, além de muita adrenalina, manobras ousadas, com giros verticais e horizontais de 360º.
Sobre duas rodas, o piloto Rodrigão “voa” a 13 metros por cima do público, que fica encantado. O artista conduz motocicletas desde os 15 anos. Natural de Minas Gerais, foi com o incentivo da família que ele conquistou 1.280 títulos em competições nacionais. “Competi durante quase quinze anos no motocross e disputei vários campeonatos estaduais, nacionais, consegui ser bicampeão da Copa do Brasil de Supercross”, relembra.
MOTOCROSS PELO MUNDO
Depois de conhecer países como o Chile, Peru, Itália e China, Rodrigão decidiu sair das trilhas e desbravar o mundo circense, em 2020. Ele conta que faz entre 10 e 12 shows por semana. Para tudo sair como o imaginado, é preciso manter uma rotina de treinos constantes. “Aqui a gente treina mais voltado aos shows para sempre estar executando as melhores manobras”, explica.
A ORIGEM DO GLOBO DA MORTE
Embora não seja conhecido o nome do inventor, existem registros de que o Globo da Morte foi descoberto em 1903, porém não se sabe se a intenção já era o uso com motos. Nos anos 30, começaram a surgir imagens, associando a estrutura às motocicletas. De lá para cá, observa-se que os veículos precisam ser leves, para garantir a estabilidade das manobras e a manutenção da velocidade.
MULHER RADICAL
Vivendo grandes emoções sobre duas rodas há 14 anos, a paulista Thamyris Palacios, 34, é a única mulher entre os cinco motociclistas que se apresentam no Circo Americano, onde atua há dois anos. Ela conta que o poder de concentração é o segredo para manter o alto nível do espetáculo. Também é necessário diálogo com os colegas e cálculo milimétrico de tempo e espaço na estrutura.
“Antes de começar, a gente tem que se preparar bastante, dar uma checada na moto, mas principalmente precisamos estar bem concentrados. Tem que ser concentração total, porque qualquer desvio, pode ocorrer um acidente fatal”, reconhece a jovem, que vem de uma família com tradição circense.
“Faz 14 anos que eu piloto e, hoje em dia, não dá mais medo no Globo da Morte, mas o coração acelera e a gente transpira bastante. Já sofri acidentes, mas nada grave”, garante Thamyris. Ela teve incentivo do marido, também artista de circo, para encarar aquilo que via como uma verdadeira paixão. “Eu optei pelo Globo da Morte devido à adrenalina. Já era a minha paixão. E aí quando eu comecei a namorar com meu esposo, que também é circense, ele me deu mais incentivo ainda”, destaca.