Uma recente vistoria ao petshop Cobasi em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, teria constatado, segundo a delegada Samieh Saleh, que computadores foram retirados do subsolo da loja e guardados no mezanino para protegê-los das inundações que afetaram o estado no último mês. No entanto, os animais do petshop foram deixados no subsolo, onde acabaram morrendo afogados. A informação foi divulgada em uma entrevista da delegada responsável pelo caso para o portal UOL.
Vistoria na loja da Cobasi
A vistoria na loja que foi inundada aconteceu na manhã da última quinta-feira, dia 23, com a participação de agentes do Ibama, do Comando Ambiental da Brigada Militar e do Instituto Geral de Perícias (IGP). Durante a inspeção, foram encontrados 38 corpos de animais, incluindo peixes, aves e roedores. A delegada Samieh Saleh afirmou que o número de vítimas pode ser maior devido à dificuldade de busca em um ambiente escuro e cheio de escombros.
O mezanino da Cobasi não foi afetado pela enchente, e os computadores foram retirados do subsolo e colocados lá. Em arquitetura, mezanino é como se chama um nível particular do edifício situado entre o piso térreo e o primeiro andar, normalmente rebaixado, e que não entra no cálculo total dos andares.
“Identificamos que os computadores, CPUs que estavam nos caixas no subsolo foram retirados e colocados no mezanino. Eles tiveram esse cuidado em retirar os eletrônicos, mas os animais ficaram embaixo,” afirmou a delegada.
Segundo informações do UOL, a gerente do petshop e representantes do Shopping Praia de Belas, onde a loja está localizada, já foram ouvidos pela Polícia Civil. Novos depoimentos estão previstos para os próximos dias.
O que diz a empresa?
Em nota oficial, a Cobasi afirmou que a loja foi evacuada emergencialmente. Segundo a empresa, os itens foram posicionados acima de um metro do chão no dia 3 de maio, mas o nível da água subiu para 3,5 metros na noite do dia 4 e madrugada do dia 5, superando a barreira de sacos de areia na porta.
A Cobasi disse ainda que quatro CPUs foram movidas para o mezanino porque estavam a apenas 20 centímetros do chão. Outros equipamentos, como monitores e impressoras, foram mantidos em suas posições originais, acima de um metro do chão, mas acabaram danificados pela água.
A empresa finaliza a nota dizendo que a gerência do petshop não esperava a inundação, pois a água estava estabilizada às 18h30 do dia 4, conforme relato de um funcionário do shopping. A Cobasi lamentou a morte dos animais e garantiu que não havia cães ou gatos no local. A empresa também declarou que está cooperando com as investigações.
Inquérito na Polícia Civil
Participaram da inspeção na loja a Polícia Civil, Brigada Militar, bombeiros e a ONG Princípio Animal. Imagens divulgadas pelo Ibama revelam que o mezanino não foi atingido pela enchente e que produtos como camas e rações para animais foram preservados.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as circunstâncias que levaram à morte dos animais. O petshop confirmou na última sexta-feira, dia 17 de maio, que os animais morreram afogados. Suspeitos podem responder por crime de maus-tratos, com penas de 3 meses a 1 ano de prisão, podendo chegar a 5 anos se houvesse cães ou gatos envolvidos.
O que diz o shopping?
O Shopping Praia de Belas informou que alertou a Cobasi sobre o risco de alagamento severo e ofereceu assistência para acesso ao local. A Cobasi justificou a evacuação emergencial, seguindo orientações das autoridades locais, e afirmou que tentou garantir a segurança e sobrevivência dos animais até o retorno dos colaboradores.
Com informações de UOL
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