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Como George Santos saiu de um passado de crimes no Brasil e virou deputado nos Estados Unidos; entenda

George Anthony Devolder Santos, de 34 anos, também conhecido pelo pseudo nome de Kitara Ravache, seu nome como drag queen, descoberto em um raro registro de um jornal de Niterói, sobre a parada gay de 2007, exibido em reportagem do Fantástico da TV Globo, no último domingo, 22, resgatando um passado que o brasileiro quer esquecer.

Esse mesmo passado que ressurgiu no fim do ano passado, depois que Santos foi eleito pelo partido Republicano como o primeiro brasileiro assumido homossexual a ser eleito para a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Até que a imprensa americana revelou que ele mentiu sobre o seu currículo e sobre alguns parentes. A imprensa do Brasil descobriu que ele também cometeu crimes no Brasil.

George Santos foi eleito em novembro como deputado nos Estados Unidos. Imagem: Reprodução.

COMO ELE CONSEGUIU ESCONDER O SEU PASSADO E VIRAR POLÍTICO EM OUTRO PAÍS ?

Pois bem, no Rio de Janeiro, onde morou parte da vida e da juventude, George deixou um histórico de crimes e enganações, segundo divulgou a TV Globo, como por exemplo, em compras com cheques sem fundo, processos na Polícia Civil por crimes como estelionato, além de diversas mentiras para se dar bem.

Com muitas controvérsias, Santos conseguiu ‘apagar’ o seu passado e cortou relações, pelo menos com quem o conheceu no Rio de Janeiro, local onde ele deixou lembranças negativas e investigações na polícia. Talvez possa parecer que contar mentiras e inventar histórias pode levar alguém a alcançar coisas inimagináveis, e chegar a pensar que não será alcançado. Porém, mais cedo ou mais tarde, as farsas desmoronam e a poeira debaixo do tapete é revelada, como a imprensa brasileira e a norte-americana estão mostrando sobre George. Barnie Madoff, um dito investidor bem sucedido americano também teve a carreira de mentiras e enganações desmascaradas, em um caso chocante.

CRIMES NO BRASIL

De acordo com “New York Times”, em 2008, quando George Santos tinha 19 anos, ele morava em Niterói, no Rio de Janeiro, e roubou um talão de cheques de um paciente que era tratado por sua mãe (a mãe de George Santos era enfermeira). As informações da Justiça brasileira mostram que ele fez compras com o talão de cheques (inclusive um par de sapatos). Em 2010, George confessou os crimes, e a Justiça permitiu que ele não fosse preso. Neste mês a Polícia Civil do Rio reabriu as investigações.

Sobre essas alegações, Santos negou. “Não sou um criminoso aqui (Estados Unidos), nem no Brasil e nem em nenhuma jurisdição no mundo. De jeito nenhum, isso não aconteceu”, ele disse.

Entre 2007 e 2008, George morou no Rio de Janeiro, em Niterói, com a mãe e a irmã, onde construiu um histórico de atividades ilegais, como acusações de compras em uma loja de rua com cheques roubados, e utilizando nome falso. O prejuízo para a loja na época, segundo o dono, foi de R$ 2.144, que teriam sido pagos com dois cheques. Enquanto esteve no Brasil, até 2011, o deputado esbanjava uma vida bem diferente da realidade para as outras pessoas e por onde passava e frequentava.

CARREIRA POLÍTICA NOS EUA

Em novembro de 2022, Santos derrotou o democrata Robert Zimmerman na disputa pela cadeira de um distrito de Nova York que era ocupada pelo democrata Tom Suozzi, que concorreu a governador em 2022. Ele fica no cargo por dois anos, se resistir às revelações graves de seus escândalos de mentiras e um passado questionável.

Não diferente dos anos vividos no Brasil, George também é acusado por mentir e inventar contextos e informações nos Estados Unidos de sua linha hereditária familiar e títulos curriculares que nunca existiram. Os deputados americanos cientes de tudo o que está vindo à tona sobre o brasileiro, entraram com um pedido para que George seja investigado e renuncie ao seu mandato.

George afirmou ao jornal americano News York Post, que não contou a verdade sobre o seu currículo acadêmico e profissional, mas disse que ter mentido não é motivo para que ele deixe de assumir o cargo para o qual foi eleito.

“Meus pecados aqui são embelezar meu currículo. Eu sinto muito”, ele afirmou, segundo o jornal.

O filho de brasileiros disse durante a campanha que havia se formado no Baruch College em 2010; agora ele reconhece que ele não se formou nessa instituição.Ele afirmou que não fez ensino superior. Santos havia afirmado que tinha trabalhado no Citigroup e no Goldman Sachs; agora ele diz que não trabalhou diretamente para nenhuma dessas empresas. Contudo, ele ainda não explicou as incoerências ligadas ao financiamento de sua campanha e enfrenta críticas cada vez mais incisivas da parte de seus eleitores, que pedem sua renúncia.   

Ele afirmou que trabalhou em uma outra empresa, Link Capital, que eventualmente fazia negócios com os bancos que ele citou.

Ainda conforme o The New York Times, George foi eleito dizendo que sua mãe sobreviveu ao nazismo e ao atentado de 11 de setembro de 2001, quando na verdade, Fátima Devolveder morreu vítima de um câncer em 2016.

Documentos oficiais de imigração dos Estados Unidos, analisados pelo jornal, mostram que a mãe de George sequer estava em solo norte-americano no dia 11 de setembro de 2001.

Outras mentiras segundo a imprensa americana:

Homossexual assumido, Santos também já mentiu ao dizer que “perdeu quatro funcionários” no atentado terrorista à boate gay Pulse, em Orlando, em junho de 2016.

Segundo o The Times, documentos oficiais analisados não mostraram nenhuma evidência de que a alegação de George seja verdadeira.

Santos também teria mentido sobre seus avós maternos terem sido judeus que fugiram do regime nazista e “sobreviveram ao holocausto”. Segundo a CNN Internacional, não há qualquer evidência de que essa informação seja verdadeira.

KITARA RAVACHE

Em mais uma descoberta revelada pelo Fasntástico, George Santos é identificado em um registro numa parada Gay em Niterói, no ano de 2007. Em contato com um amigo que conheceu esse lado de George, Eula Rochard, disse que George se fantasiou de drag queen para a festa e ainda encomendou dois vestidos. “Eu com o deputado Republicano americano na parada de Niterói com eu havia falado ele não saía da minha casa está ai a prova para quem me chamou de mentirosa”, contou em uma postagem no instagram.

 
 
 
 
 
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O BT entrou em contato com Eula Rochard sobre o caso e a relação que teve com o deputado no Brasil. “Vi na televisão, no Jornal Nacional e pensei: “eu me lembrava dele”. Me disseram para procurar um médico porque acharam que era coisa da minha cabeça e que eu não conhecia ele. Fui atrás e encontrei esses registros da Kitara na parada gay, então comprovei que eu estava certo”, disse sobre os registros da dita Kitara Ravache.

Em relação ao episódio na parada Gay de Niterói, Santos disse a um jornal americano que se vestiu de drag queen para curtir o festival.

Embora o episódio e ter se vestido de drag queen, nos EUA, Santos, que é de um partido com características conservadoras, se posiciona contra pautas relacionadas à comunidade LGBTQIA+.

VEJA VÍDEO: