Os Diálogos Amazônicos e a Cúpula da Amazônia acontecem a partir deste fim de semana em Belém. Estes são os primeiros eventos que antecedem a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP, que acontece no Pará em 2025.
O Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), divulgou a programação da semana cultural que pretende fortalecer a divulgação do patrimônio e da produção artística da Amazônia. Com o objetivo de atender à crescente demanda de visitantes durante estes eventos, a agenda cultural será realizada em Belém, entre os dias 02 e 10 de agosto.
A cultura e a arte, assim como as discussões sobre o meio ambiente, também serão fundamentais para preservar da memória da Amazônia e de seu patrimônio físico e simbólico, bem como na denúncia contra injustiças sociais e agressões ambientais.
As atividades incluem música, mostra de cinema, museus, artes visuais, fotografia e dança.As informações são de Josie Soeiro, da SECULT. Confira a programação completa:
A partir do dia 02 de agosto, as 19 h, o público poderá conferir, na sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), abrigado no Centro Cultural Palacete Faciola, a exposição “Eneida Simplesmente”. A mostra retrata a vida e obra da escritora, que foi a responsável pela criação do MIS. Equipamentos antigos de som e audiovisual, além de outros acervos do Museu, integram a exposição. A abertura será precedida do Seminário “Diálogos Poéticos com Eneida de Moraes”, no auditório Eneida de Moraes, também no Palacete Faciola, as 17 h.
O seminário começa com a exibição do curta-metragem “Promessa em Azul e Branco”, da cineasta Zienhe Castro, e será debatido pela professora doutora Eunice Santos; pela própria Zienhe Castro; pelo produtor e quadrinista Volney Nazareno; pelo presidente da Escola de Samba da Matinha, Rodolfo Trindade, e terá a mediação de Indaiá Freire, diretora do MIS. A exposição fica aberta até o dia 30 de setembro.
O Centro Cultural Palacete Faciola recebe ainda a Mostra Pan-Amazônica de Cinema, no período de 04 e 15 de agosto, com apresentação de um curta e um longa dos estados da Amazônia Legal e de países convidados, com temáticas ligadas ao meio ambiente, sustentabilidade, clima e justiça climática. As atividades iniciam às 19 h, no auditório Eneida de Moraes, com capacidade para 95 espectadores. A iniciativa é uma parceria entre a Secult e o Consórcio Amazônia Legal, com curadoria de Indaiá Freire e Augusto Pacheco na programação brasileira, e da produtora Zienhe Castro na programação internacional.
No dia 07, as 19 h, no Teatro Gasômetro, será exibido para convidados especiais o filme “We are guardians”. Dirigido pelo ativista indígena e cineasta Edvan Guajajara, e pelos cineastas ambientais Chelsea Greene e Rob Grobman, o filme reflete a luta para proteger os territórios contra o desmatamento, ao mesmo tempo em que revela questões sociais e econômicas influenciadas por este cenário complexo.
No dia 04 de agosto, das 18 h às 22 h, a Secult realiza mais uma edição do Projeto “Uma noite no Museu”, que consiste em um circuito cultural noturno e gratuito pelos museus do Estado: Museu do Forte, Museu do Círio, Museu do Estado do Pará e Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. E para fortalecer o circuito, também vão fazer parte dessa edição o Palacete Cultural Faciola e o Parque Cemitério Soledade. Dessa vez, o Museu de Arte Sacra não estará incluso no roteiro.
A ação culmina com o Preamar da Criatividade, na Praça da Fonte, área externa da Casa das Onze Janelas. A ação é gratuita e valoriza a economia criativa da região, por meio do incentivo a pequenos produtores locais, que expõem e comercializam seus produtos, além da apresentação de artistas regionais. Desta edição participam alguns expositores locais e o escritor e artista visual Gidalti Moura, que lança seu livro “Música Popular em Quadrinhos Grandes Sucessos”. A ação também contará com o set animado da DJ Ananindeua.
No eixo de artes visuais será aberta, no dia 04 de agosto, a 1° Bienal das Amazônias. A temática dessa primeira edição, “Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos”, é inspirada na obra do poeta abaetetubense João de Jesus Paes Loureiro, que defende o conceito do “dibubuísmo” amazônico, uma referência à relação estética e cultural entre as águas e os corpos que habitam esse território. A curadoria reúne obras de 120 artistas pan-amazônicos, e será instalada em um prédio de quatro pavimentos, totalmente adaptado, na Rua Senador Manoel Barata, 400, no bairro do Comércio.
Nos dias 05 e 06 de agosto, o Museu do Estado do Pará (MEP) recebe um dos maiores eventos de arte e tecnologia do Brasil: o Festival Amazônia Mapping. A programação tem a curadoria de Roberta Carvalho, artista visual, diretora artística e idealizadora do Festival. As apresentações serão do lado externo do Museu e incluem obras de Ailton Krenak, líder indígena e ambientalista; da maranhense Ge Viana; do duo paulista VJ Suave, em colaboração com Glicéria Tupinambá; dos paraenses Nay Jinknss, Matheus Almeida, Moara Tupinambá, Astigma VJ e Evna Moura. Dentro do Museu também haverá sets de DJs convidados e projeções de desenhos feitos ao vivo (live painting digital), por artistas visuais da cidade.
Além das projeções mapeadas, ocorrerão shows inéditos, em diálogo com os artistas convidados. No dia 05, o grupo UAPI – Amazônia Percussiva sobe ao palco, e convida o mestre da guitarrada Manoel Cordeiro e o artista multimídia Astigma VJ para uma apresentação única. Na mesma noite haverá o show especial Amazônia Pop – Aíla convida Felipe Cordeiro e Victor Xamã, com visuais de Roberta Carvalho. Já no dia 06, o Clube da Guitarrada recebe o Mestre Solano.
Bora falara de fotografia? O público poderá conferir a Exposição Shipibo-Konibo Retratos do meu Sangue, no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, no período de 03 a 06 de agosto. O jovem fotógrafo David Díaz González, indígena Shipibo-Konibo, oferece nesta exposição uma imersão cuidadosa no cotidiano da sua comunidade.
Já no eixo da dança, Belém recebe o Ballet “Floresta Amazônica”, da Companhia Dalal Achcar, um espetáculo que celebra a história de povos originários e o sentimento de brasilidade, com concepção e coreografia da bailarina carioca Dalal Achcar e música de Heitor Villa-Lobos. No dia 05, a apresentação ocorre as 20 h, e no dia 06, as 18 h, no Theatro da Paz.
Já no dia 09 de agosto, as 20 h, será lançado o concerto do Amajazzon Festival, no Theatro da Paz. Um festival que reunirá, a partir de novembro, diversos DJs, bandas, quartetos e trios da Região Norte, com o objetivo de valorizar a cultura amazônica, suas indústrias criativas, seus representantes culturais, a sustentabilidade nas comunidades, estruturas artísticas e a internacionalização da cultura amazônica, fortalecendo o turismo e toda a cadeia produtiva.
O show de lançamento conta com um repertório cuidadosamente selecionado, que inclui obras como “Blues for Mr. P”, de Jim Martin; a clássica “Summertime”, de George Gershwin; “Magic Flea” e “A Warm Breeze”, de Sammy Nestico; e a icônica “Georgia on My Mind”, de Hoagy Carmichael, em um brilhante arranjo de Dave Barduhn.
A energia contagiante continuará com “The Jazz Police”, de Gordon Goodwin; “The Blues Machine” e “Don’t Get Around Much Anymore”, em arranjos de Sammy Nestico e Roger Pemberton, respectivamente, dentre outras. A iniciativa é uma parceria da Conecting Dots, Secult e Theatro da Paz.
Com informações de Josie Soeiro da SECULT